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A Alemanha entrou de vez na corrida global pelo lítio após a confirmação de uma descoberta de um depósito de lítio enorme. Segundo a Neptune Energy, foram identificadas 43 milhões de toneladas de carbonato de lítio equivalente, colocando o país entre os maiores detentores desse recurso estratégico. Essa riqueza mineral pode redefinir a matriz energética europeia e impulsionar de forma decisiva a produção de veículos elétricos.
A Alemanha acaba de ganhar destaque no cenário global da transição energética com a confirmação de um dos maiores depósitos de lítio do mundo.
Segundo a Neptune Energy, a região de Altmark, no norte da Saxônia-Anhalt, abriga 43 milhões de toneladas de carbonato de lítio equivalente (LCE), em um território já marcado por 55 anos de exploração de gás natural.
A revelação reforça o potencial europeu na corrida por recursos críticos para a produção de baterias e veículos elétricos.
A descoberta foi validada após a Neptune Energy, companhia de petróleo e gás com sede no Reino Unido, contratar a agência independente Sproule ERCE.
A avaliação seguiu o padrão internacional CIM/NI43-101, garantindo credibilidade técnica ao levantamento.
O CEO da Neptune Energy, Andreas Scheck, afirmou que o resultado evidencia a relevância da Saxônia-Anhalt para o fornecimento de lítio. “Isso nos permite contribuir significativamente para o mercado alemão e europeu de fornecimento da matéria-prima crítica lítio”, destacou.
A empresa ressaltou que, com 43 milhões de toneladas, Altmark se posiciona entre os maiores depósitos de lítio baseados em projetos no mundo.
Para comparação, o Triângulo do Lítio, que reúne Argentina, Bolívia e Chile, concentra cerca de 50 milhões de toneladas, equivalentes a 53% dos recursos globais.
Região com tradição energética
A bacia de Altmark, parte da formação do Permiano que se estende até Rússia, Ucrânia e Polônia, já figurou como um dos maiores campos de gás natural da Europa. Desde 1969, a Neptune Energy e suas antecessoras exploram os recursos geológicos locais.
Estudos recentes confirmaram que as salmouras de Rotliegend, associadas ao campo de gás, apresentam forte mineralização e alto teor de lítio. Essa característica geológica foi determinante para projetar Altmark como novo polo da transição energética.
Mudança de foco: do gás ao lítio
Com o avanço da mobilidade elétrica, a Neptune Energy decidiu reorientar sua estratégia. A empresa passou a priorizar o fornecimento de materiais de bateria em detrimento dos combustíveis fósseis.
O método escolhido para explorar o recurso também reflete essa mudança. Em vez da mineração a céu aberto ou das lagoas de evaporação, que causam impactos ambientais significativos, a companhia adotará a tecnologia de extração direta de lítio (DLE). Esse processo utiliza a salmoura subterrânea, reduzindo danos ao meio ambiente.
Licenças e expansão de projetos
Atualmente, a Neptune Energy possui a licença de produção Jeetze-L, além de três licenças de exploração em Altmark.
Em 2024, a empresa recebeu as autorizações Milde AL e Milde CL, e em 2025, conquistou também a Milde BL, ampliando sua atuação para a parte sudeste da região.
O novo diretor de energia da companhia, Axel Wenke, reforçou que a transição em Altmark está alicerçada em condições únicas. “A região combina potencial geológico, infraestrutura estabelecida e conhecimento técnico – condições perfeitas para concluir com sucesso a transformação da produção de gás natural para a extração de lítio ecologicamente correta”, declarou em comunicado.
Perspectivas para o futuro
O anúncio da Neptune Energy insere a Alemanha no mapa das grandes potências de lítio, recurso fundamental para veículos elétricos, armazenamento de energia e equipamentos eletrônicos.
Ao lado do Triângulo do Lítio na América do Sul, Altmark passa a figurar como um dos depósitos mais promissores do mundo, reforçando o papel estratégico do país europeu na transição para uma economia de baixo carbono.
Com a descoberta, a região que por décadas forneceu gás natural pode, agora, remodelar seu legado energético e assumir papel central no abastecimento de uma das matérias-primas mais disputadas do século XXI.
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