A guerra de posições rumo a 2026: Lula mantém movimento estratégico, enquanto oposição se fragiliza

A guerra de posições rumo a 2026: Lula mantém movimento estratégico, enquanto oposição se fragiliza

A política brasileira vive, desde já, o início de uma batalha silenciosa, mas profundamente estratégica: uma guerra de posições e movimentos que antecipa os contornos da eleição de 2026. A votação na Câmara dos Deputados que culminou numa derrota pontual para o governo Lula e o ministro Fernando Haddad, longe de significar um revés definitivo, revela, na verdade, uma estrutura que tem sustentado o Partido dos Trabalhadores ao longo do século.

O governo se move para posições que lhe interessam. A oposição, por sua vez, parece ocupar espaços que a tornam vulnerável, em choque com parte da própria base. Ao perder a votação, Lula e Haddad perdem uma batalha, mas não alteram o tabuleiro: o jogo só termina com o voto popular — e esse ainda está longe.

Outros embates virão no mesmo ritmo. As pautas se repetirão, e a estrutura — que já resistiu a transformações profundas como a digitalização da economia e da mão de obra — tende a se manter firme. Essa mesma base sustentou vitórias eleitorais consecutivas do PT e pode ser a chave para uma nova disputa acirrada em 2026.

Na essência, cada ator político age conforme suas convicções. Enquanto uns legislam pelos mais ricos, outros se colocam ao lado dos necessitados. Neste cenário, é a oposição que, paradoxalmente, parece se fragilizar — mesmo quando vence votações pontuais. O movimento do Congresso expõe rachaduras e decisões que a afastam de uma parte significativa do eleitorado.

Se a estrutura se mantiver, e tudo indica que sim, Lula poderá repetir o feito de outrora. As chances se ampliam com a colaboração inadvertida da própria oposição, que, ao enfrentar o governo em certos temas, acaba por expor sua incoerência e reforçar a imagem de Lula como um defensor da equidade social.

O governo, no entanto, precisa jogar com sabedoria. Cada votação é um campo de prova. Cada embate, uma oportunidade. A construção da mais ampla frente eleitoral contra o avanço do fascismo exige não apenas resistência, mas também estratégia — inclusive abrindo espaço para fissuras dentro da oposição.

O ano de 2026 já começou — e não há mais margem para ingenuidade. As movimentações atuais no Congresso, os discursos públicos e os alinhamentos partidários já fazem parte da campanha. Nada disso surpreende, a rigor. Mas tudo revela, pouco a pouco, o roteiro de uma eleição que será travada não apenas nas urnas, mas também nas ideias, nas estruturas e nas escolhas do agora.

 

Fonte: Brasil247

Por Jornal da República em 27/06/2025
Aguarde..