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Por: Oscar Müller
Comissão de Direitos Humanos envia ofícios ao Ministério Público e às polícias Civil e Militar pedindo esclarecimentos sobre a ação que deixou dezenas de mortos na zona norte da capital
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) encaminhou, nesta quarta-feira (29), ofícios ao Ministério Público e às polícias Civil e Militar cobrando explicações sobre a megaoperação realizada na terça-feira (28) contra o crime organizado nas zonas norte e oeste da capital. A ação já é considerada a mais letal da história do estado.
Durante a operação, dezenas de corpos foram levados por moradores até a Praça São Lucas, na Penha, na zona norte do Rio, em uma cena que gerou forte comoção e repercussão nacional.
A deputada estadual Dani Monteiro (Psol), presidente da comissão, criticou a condução da ação policial e afirmou que o episódio transformou as favelas do Rio em um verdadeiro “cenário de guerra”.
> “A gente está se deparando novamente com uma operação policial violenta, que vitima a favela, que traumatiza os favelados, que expõe ao risco os agentes de segurança, e tudo isso baseado numa lógica de confronto que não acaba com o crime organizado”, afirmou a parlamentar. “Quando o Estado entra com operações que custam milhões aos cofres públicos, ele deixa de abrir equipamentos de saúde e educação. Há mais de duas décadas o Rio de Janeiro investe em uma lógica bélica que não resolve o problema, apenas amplia o domínio das organizações criminosas.”
Na manhã desta quarta-feira, a Comissão de Direitos Humanos iniciou atendimentos no Complexo do Alemão, em parceria com diversas instituições civis, para acompanhar os desdobramentos da operação. O grupo pretende ouvir moradores, auxiliar no reconhecimento dos corpos e cobrar esclarecimentos do governo estadual sobre o planejamento e os resultados da ação.
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