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O governo federal resolveu que fidelidade política agora vem com CPF, crachá e talvez um cafezinho frio. Em uma jogada digna de novela das nove, o Palácio do Planalto está mapeando cargos comissionados como quem escolhe quem vai para o paredão do Big Brother: votou pela anistia a Bolsonaro? Pode começar a limpar a gaveta e devolver o toner da impressora.
Segundo fontes próximas ao governo, a nova estratégia é simples e direta: quem apoiar o projeto de lei que perdoa os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro — incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro — corre o risco de perder aquele cargo público que caiu do céu como presente de Natal fora de época.
A lógica é cristalina: se você quer anistiar quem tentou derrubar a democracia, talvez não seja a melhor pessoa para ocupar um cargo... dentro da democracia. O governo, que já não é conhecido por distribuir cargos como quem distribui balas em festa infantil, agora ameaça recolher os brindes com gosto.
A ministra Gleisi Hoffmann, espécie de gerente de RH da fidelidade governista, deixou claro: quem quiser manter o crachá precisa alinhar o discurso com o presidente Lula. E não vale só para quem tem mandato — até quem indicou o primo para a Funasa pode entrar na dança.
Enquanto isso, parlamentares do Centrão tentam pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta, a pautar a urgência da anistia. O governo, por sua vez, prepara o “plano B”: um mapa de cargos que mais parece um tabuleiro de War. Quem votar errado, perde território.
A anistia virou o novo teste de DNA político: quem votar a favor, revela de vez se é da base ou só estava ali pelo cafezinho. E como se não bastasse, há quem diga que aprovar a anistia seria uma vitória de Donald Trump — o que transforma o projeto num episódio internacional de “Casos de Família” com direito a participação especial do tio do churrasco.
No fim das contas, o recado está dado: neste governo, quem quiser perdoar golpista vai ter que fazer isso com currículo em mãos e sem cargo público. Porque, como diria um velho ditado brasiliense, “quem não ajuda, atrapalha — e quem atrapalha, dança”.
Por: Arinos Monge.
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