“Branco - Esquecer não é morrer”, de Beatriz Aquino, promove leitura pública e convida o público a refletir sobre memória

Projeto cênico investiga o Alzheimer a partir de memórias, pesquisa de campo e poesia do corpo

“Branco - Esquecer não é morrer”, de Beatriz Aquino, promove leitura pública e convida o público a refletir sobre memória

A humanidade da memória, os contornos do esquecimento e a luta silenciosa de quem ainda diz “eu existo” mesmo quando as palavras falham. Essa é a pulsação do projeto “Branco – Esquecer não é morrer”, da atriz, escritora e dramaturga Beatriz Aquino, que realiza uma leitura pública aberta no próximo sábado, 06 de dezembro, das 15h às 16h30, na Biblioteca Centenário, em Poços de Caldas. A leitura dramática de texto teatral terá a autora Beatriz Aquino e  participação de Wellington Rafael. 

Escrito a partir de pesquisa empírica com pessoas vivendo com Alzheimer, familiares, cuidadores e especialistas da área, o texto se propõe a investigar o que há de mais íntimo nessa experiência: a tentativa de agarrar lembranças enquanto a mente se desfaz em névoa, os lampejos de lucidez, os afetos que persistem e os corpos que continuam dizendo vida mesmo diante do apagamento.

A dramaturgia nasce da observação de rotinas, coleta de relatos, entrevistas e visitas a instituições de cuidado na cidade. Essa imersão permitiu construir uma obra sensível que busca “trazer à tona as dificuldades enfrentadas pelo portador da doença e de seus familiares ilustrando os desafios do cotidiano, os cuidados, as crises de violência e a tristeza com o esquecimento”. Mais do que retratar a doença, o trabalho deseja proteger a dignidade e a subjetividade dessas pessoas, lembrando que, mesmo com o diagnóstico, há ser, afeto e presença.

A pesquisa de campo teve como foco enxergar nuances emocionais e corporais dos pacientes, “o tremular das mãos, e o olhar, principalmente o olhar que trazem tanta angústia, tanto medo, mas também tanta doçura”,  para compor uma personagem que transita entre lucidez e bruma, razão e imaginação, infância e maturidade, como alguém que tenta “nadar dentro da mente em busca das palavras”.

A leitura apresenta trechos da peça, que leva o público a atravessar cenas poéticas, lembranças confusas, crises de esquecimento e lampejos de memória, entre palavras, canto, dança, objetos afetivos e luz. Em cena, o corpo é testemunha do que permanece.

Como aponta o texto dramatúrgico, a obra deseja lembrar que “esquecer não é morrer”, e que o amor, mesmo ferido, insiste em permanecer como farol nas noites brancas da memória.

Projeto realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc - Edital PNAB 08/2024 -  Desenvolvimento de Projetos (ID 1 8246/2024), por meio do Governo de Minas Gerais e do Ministério da Cultura

Quem é Beatriz Aquino
 

 

Beatriz Aquino é artista multifacetada - atriz, escritora e dramaturga, natural de Fortaleza (CE), e residente em Poços de Caldas (MG).Formada em Publicidade e Propaganda e atuou por muitos anos como consultora de recursos humanos em empresas multinacionais, morando em diferentes cidades como São Paulo, Nova Iorque, Paris e Milão.Na sua produção literária, Beatriz aborda temas como memória, trauma, resistência feminina e a vivência do corpo no mundo, com o romance “Fundo” (2023) e o monólogo “Recortes - A mulher e seu corpo público”, apresentados em Minas Gerais e São Paulo. 

Além disso, realiza oficinas, rodas de conversa e projetos literários itinerantes voltados à literatura feminista, à escrita de si e à produção artística crítica em espaços públicos e comunitários.

 

Equipe técnica 

Beatriz Aquino (escritora e dramaturga) / Danielle Vilas Boas (produção executiva) / Carol Gatti (assistente de produção)/ Jéssica Balbino (assessoria de imprensa e comunicação)

 

Serviço

Leitura Pública – “Branco – Esquecer não é morrer”
???? Biblioteca Centenário – Poços de Caldas
???? 06 de dezembro de 2025 (sábado)
???? 15h às 16h30
????? Entrada gratuita • Classificação livre


 

Por Jornal da República em 03/12/2025
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