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Prefeitura do Rio ignora críticas e mantém sigilo sobre novo cartão municipal, Cartão Jaé gera filas e frustração após um mês de operação, com falhas no sistema e falta de transparência sobre dados de uso

Após um mês de operação, o cartão Jaé, implementado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, enfrenta sérios problemas de integração e falhas sistemáticas que resultam em longas filas e crescente descontentamento entre os usuários do transporte público municipal. A iniciativa, prometida pelo prefeito Eduardo Paes como modernização da bilhetagem e aumento da transparência, tem gerado mais frustrações do que soluções para a população carioca.
Desde sua implementação obrigatória, o Jaé tornou-se o único cartão aceito nos transportes municipais, registrando 67,8 milhões de embarques em seu primeiro mês de funcionamento. No entanto, os números expressivos contrastam com a realidade vivenciada pelos usuários, que enfrentam dificuldades técnicas constantes e problemas de integração entre diferentes modais de transporte.
A jornalista Angela Tostes relatou experiência frustrante ao tentar usar o cartão em uma estação do VLT, onde não conseguiu realizar a integração prometida pelo sistema e teve que pagar a passagem novamente. Este tipo de problema tem se repetido sistematicamente, gerando gastos extras para usuários que dependem da integração entre diferentes meios de transporte para seus deslocamentos diários.
Lucas Eduardo, técnico em segurança do trabalho, enfrentou dificuldades ainda maiores ao tentar recarregar seu cartão, sendo obrigado a enfrentar filas de mais de duas horas em um dos postos de atendimento. Esta situação evidencia a inadequação da infraestrutura de suporte ao novo sistema, que não consegue atender adequadamente a demanda dos usuários.
A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) divulgou que, no primeiro mês, o Jaé registrou 2,2 milhões de usuários únicos, incluindo 759 mil pessoas com direito à gratuidade. Estes números demonstram a amplitude do impacto do novo sistema, mas também evidenciam a magnitude dos problemas enfrentados quando falhas técnicas afetam milhões de usuários diariamente.
Apesar da promessa inicial de maior transparência na gestão dos transportes públicos, a Prefeitura tem restringido o acesso a dados importantes sobre o funcionamento do cartão Jaé. Esta postura contraria os compromissos assumidos durante o lançamento do sistema e dificulta análises independentes sobre sua eficiência e problemas operacionais.
A média diária de embarques registrada foi de 2,8 milhões, mas a falta de informações claras e detalhadas tem gerado confusão entre especialistas e usuários. Particularmente controverso é o aumento registrado de passageiros nas vans, que saltou de 700 mil para 6,6 milhões, número que levanta questionamentos sobre a metodologia de contagem e a veracidade dos dados apresentados.
A situação tem gerado clima crescente de desconfiança entre os usuários e o serviço público municipal. A doutoranda Ana Carolina de Oliveira relatou ter perdido R$ 100 em créditos do cartão, questionando dramaticamente "como voltaria para casa". Casos como este ilustram o impacto financeiro direto dos problemas técnicos sobre a população que depende do transporte público.
A Prefeitura justifica a limitação no acesso aos dados alegando querer evitar "interpretações equivocadas", mas esta postura tem sido criticada por especialistas em transparência pública. A falta de informações atualizadas e detalhadas continua sendo um ponto crítico que mina a credibilidade do sistema e dificulta o controle social sobre sua implementação.
A empresa Jaé recomenda que os passageiros utilizem preferencialmente o cartão preto, que permite acompanhar o saldo em tempo real através do aplicativo oficial. Esta recomendação, no entanto, não resolve os problemas fundamentais de integração e falhas técnicas que afetam o sistema como um todo.
Em relação aos problemas de integração, a empresa afirma que valores cobrados indevidamente são estornados após análise técnica. No entanto, este processo de estorno não é imediato e deixa usuários temporariamente prejudicados, especialmente aqueles com orçamento mais restrito que dependem da integração para economizar nas passagens.
O Terminal Gentileza tem sido um dos locais onde mais se observam problemas com o cartão Jaé, com passageiros enfrentando mensagens de "saldo insuficiente" mesmo após realizarem recargas. Estas falhas técnicas evidenciam problemas na sincronização do sistema e na comunicação entre diferentes pontos da rede de transporte.
A implementação problemática do cartão Jaé representa um retrocesso na qualidade dos serviços de transporte público do Rio de Janeiro, cidade que já enfrentava desafios significativos na mobilidade urbana. Os problemas técnicos e a falta de transparência comprometem a confiança da população no sistema e podem desencorajar o uso do transporte público.
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