Comando Vermelho mantinha cemitério clandestino na comunidade da Chacrinha

Descoberta macabra expõe brutalidade do crime organizado no Rio de Janeiro

Polícia descobre cemitério clandestino do Comando Vermelho na Zona Oeste do Rio

Ossadas humanas são encontradas em área de mata na comunidade da Chacrinha durante operação policial

A Polícia Civil fez uma descoberta macabra na manhã desta segunda-feira (14) ao localizar um cemitério clandestino utilizado pelo crime organizado em uma área de mata na comunidade da Chacrinha, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A operação revelou diversas ossadas humanas enterradas no local, evidenciando a brutalidade das disputas territoriais entre facções criminosas na região metropolitana.

Segundo as investigações conduzidas pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), o espaço funcionava como local de ocultação de corpos de vítimas executadas pela facção criminosa Comando Vermelho (CV). A descoberta expõe uma prática sistemática de eliminação de adversários e posterior ocultação de evidências, demonstrando o nível de organização e crueldade das operações criminosas na região.

As investigações policiais apontam que o cemitério clandestino passou a ser utilizado após o Comando Vermelho assumir o controle territorial da comunidade da Chacrinha em 2024. A partir dessa data, criminosos da facção passaram a executar sistematicamente qualquer pessoa que tivesse ligação com milicianos que anteriormente controlavam a região. Essa mudança de poder resultou em uma verdadeira "limpeza étnica" criminal, onde a nova facção eliminou fisicamente vestígios da administração anterior.

Durante a operação, que contou com apoio do Corpo de Bombeiros, os agentes policiais também foram informados sobre um imóvel supostamente utilizado pela liderança local do tráfico. No endereço investigado, os policiais encontraram grande quantidade de drogas, roupas e acessórios táticos, além de equipamentos especializados para embalar entorpecentes. O material apreendido confirma a estrutura profissional da organização criminosa na região.

As ossadas encontradas no cemitério clandestino serão encaminhadas ao Instituto Médico-Legal (IML), localizado no Centro do Rio, onde passarão por perícia técnica detalhada. Os exames forenses buscarão identificar as vítimas, determinar as causas das mortes e estabelecer cronologia dos crimes. A análise científica será fundamental para eventual responsabilização criminal dos envolvidos e para proporcionar closure às famílias das vítimas, muitas das quais podem estar desaparecidas há meses sem qualquer informação sobre seu paradeiro.

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