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O deputado estadual Pedro Brazão (União-RJ) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira (10), para defender a inocência de seus irmãos, Domingos e Chiquinho Brazão. Ambos são acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018. Os dois estão presos preventivamente desde março de 2024 e aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante seu discurso, o parlamentar fluminense afirmou que “nenhuma prova foi apresentada” contra os irmãos, além da delação premiada de Ronnie Lessa, ex-policial militar condenado a 78 anos de prisão por ter executado o crime. Lessa, segundo Brazão, “é um assassino confesso” que teria, de forma proposital, responsabilizado os irmãos para proteger o verdadeiro mandante.
“Ronnie Lessa é um criminoso que, para proteger o verdadeiro mandante, também assassinou a reputação de autoridades. Nunca imaginei ver tamanha injustiça, principalmente em um país democrático de Direito”, declarou Pedro Brazão, sugerindo que o real responsável seria o ex-vereador Cristiano Girão.
Lessa e Girão foram condenados recentemente por um duplo homicídio ocorrido em 2014 na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio. Na visão do deputado, essa sentença reforça a hipótese de que Girão seria o mandante do assassinato de Marielle, e não seus irmãos. “A condenação de Ronnie Lessa e Cristiano Girão evidencia que atuaram juntos: executor e mandante, respectivamente”, afirmou o parlamentar.
Ainda segundo Pedro Brazão, as acusações contra Domingos e Chiquinho seriam injustas e baseadas exclusivamente na delação de Lessa, sem respaldo em provas materiais. “Inocentes estão presos e famílias estão sendo destruídas e jogadas ao sofrimento de forma cruel e covarde pelo simples fato de um sicário profissional acusar sem apresentar uma única prova”, concluiu.
Além dos irmãos Brazão, também é réu no processo o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa, acusado de ser o mentor do crime e de ter atuado para atrapalhar as investigações. Todos aguardam a conclusão do processo no STF.
O caso está atualmente sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que deve apresentar seu voto nos próximos dias. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República, foi baseada em inquérito da Polícia Federal que apurou, entre outros elementos, a ligação dos acusados com disputas fundiárias em territórios dominados por milícias, uma pauta que era combatida por Marielle durante seu mandato.
Desde o início das investigações, todos os acusados negam qualquer envolvimento com o crime.
Fonte: Veja
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