Desvio de R$ 4 Milhões: Envelope Anônimo revela Escândalo Milionário no Cartão Corporativo do Fluminense

Pré-candidato Denuncia Gastos com Vidente e Produtos Íntimos no Fluminense

Pré-candidato à Presidência do Fluminense denúncia Gestão por Uso Irregular de Cartão Corporativo

O cenário político do Fluminense Football Club ganhou novos contornos nesta quarta-feira com a formalização de uma grave denúncia contra a atual gestão do clube. Luis Monteagudo, pré-candidato à presidência nas eleições de novembro, protocolou representação no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro alegando uso indevido do cartão corporativo da instituição tricolor para fins pessoais.

A denúncia apresentada pelo advogado de 47 anos, formado em Direito pela UERJ e especialista em licitações e contratos de grande porte, aponta irregularidades que totalizam mais de R$ 4 milhões. Segundo o documento, o cartão corporativo do clube teria sido utilizado para despesas pessoais de membros da gestão, incluindo serviços completamente alheios às atividades esportivas e administrativas da agremiação.

Entre os gastos questionados estão consultas com vidente e cartomante, sessões em clínicas de cuidados estéticos e massagem, compras em lojas de produtos tecnológicos e malas, além de estabelecimentos especializados em produtos de sadomasoquismo. Os valores individuais das transações variam entre R$ 3 mil e R$ 8 mil, demonstrando um padrão sistemático de utilização irregular dos recursos clubísticos.

A representação cita nominalmente Helen Mendonça de Medeiros, atual diretora comercial do Fluminense, como uma das responsáveis pelo suposto mau uso dos recursos. Esta menção específica adiciona gravidade à denúncia, uma vez que envolve diretamente um membro da alta gestão do clube em práticas potencialmente criminosas de apropriação indébita e gestão fraudulenta.

Em vídeo divulgado nas redes sociais após o protocolo da denúncia, Monteagudo se dirigiu aos torcedores tricolores: "Salve, salve, tricolores, acabei de sair agora do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e fiz o protocolo desta denúncia contra a gestão atual por supostos desvios de finalidade do uso do cartão de crédito corporativo da instituição Fluminense Football Club".

O pré-candidato demonstrou cautela ao enfatizar que aguardará os desdobramentos da investigação: "Vamos agora ver os desdobramentos disso. Está nas mãos das autoridades competentes e vamos esperar pela verdade dos fatos". Esta postura revela conhecimento jurídico e responsabilidade na condução do processo, evitando acusações precipitadas que poderiam comprometer a investigação.

A trajetória de Monteagudo no clube adiciona credibilidade à denúncia, uma vez que o advogado foi diretor administrativo durante a maior parte dos dois mandatos da gestão Mário Bittencourt. Seu rompimento com o atual presidente e posterior candidatura de oposição sugere conhecimento interno das práticas administrativas questionadas, conferindo legitimidade às alegações apresentadas.

A especialização profissional do denunciante em licitações, responsabilidade civil e contratos de grande porte fornece embasamento técnico para a identificação das irregularidades. Sua experiência em transações de grande porte certamente contribuiu para a análise detalhada dos gastos corporativos que resultaram na representação ao Ministério Público.

O timing da denúncia, protocolada a poucos meses das eleições presidenciais do clube marcadas para novembro, levanta questões sobre as motivações políticas por trás da iniciativa. Contudo, a gravidade das alegações e o montante envolvido transcendem o aspecto eleitoral, exigindo investigação rigorosa independentemente do calendário político clubístico.

A diversidade dos estabelecimentos mencionados na denúncia chama atenção pela total desconexão com as finalidades institucionais de um clube de futebol. Gastos em serviços esotéricos, tratamentos estéticos pessoais e produtos de natureza íntima evidenciam apropriação de recursos que deveriam ser destinados ao desenvolvimento esportivo e à manutenção da estrutura clubística.

O caso representa mais um episódio na conturbada gestão de clubes de futebol brasileiros, onde a falta de transparência e controles internos adequados frequentemente resulta em escândalos financeiros. A denúncia do Fluminense pode estabelecer precedente importante para a fiscalização de outras agremiações esportivas no país.

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Por Jornal da República em 15/10/2025
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