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O imperialismo americano em convulsão: análise revela dominação global sem precedentes
O economista e pesquisador Ladislau Dowbor apresenta uma análise contundente sobre o imperialismo americano contemporâneo, revelando como os Estados Unidos construíram um sistema de dominação global que combina força militar, controle tecnológico e manipulação financeira. Em artigo publicado nesta segunda-feira (25), Dowbor utiliza três obras fundamentais de pesquisadores americanos para demonstrar como o país se tornou "uma ameaça planetária" através de "convulsões e reações extremistas de um império em decadência".
A dimensão militar da dominação americana impressiona pela amplitude. Segundo David Vine, autor de "United States of War", os Estados Unidos controlam cerca de oitocentas bases militares fora de seu território nacional, criando uma rede de infraestrutura bélica que cobre praticamente todo o planeta. Esta presença militar não representa apenas projeção de poder, mas um negócio lucrativo para o complexo militar-industrial americano, que se beneficia diretamente dos conflitos globais.
O aspecto econômico desta dominação revela-se ainda mais sofisticado. Os Estados Unidos financiam sua infraestrutura militar global através da emissão de dólares, aproveitando-se do status de moeda-reserva mundial de sua moeda. Esta vantagem permite ao país gastar trilhões em guerras sem gerar inflação interna, transferindo os custos para o resto do mundo. Os 2,3 trilhões de dólares gastos em vinte anos de guerra no Afeganistão exemplificam esta dinâmica perversa.
A segunda dimensão da dominação americana opera através do controle tecnológico e das comunicações globais. Henry Farrell e Abraham Newman, em "Underground Empire", demonstram como os Estados Unidos transformaram a internet e os sistemas de comunicação em armas geopolíticas. Empresas como Microsoft, Google e outras gigantes tecnológicas americanas não apenas repassam informações de usuários para agências de segurança, mas são proibidas de revelar publicamente esta colaboração.
O controle dos fluxos financeiros globais representa outra ferramenta fundamental desta dominação. O sistema SWIFT, teoricamente independente, foi transformado em instrumento de espionagem americana, permitindo à CIA acessar informações sobre transferências bancárias internacionais. Bancos estrangeiros como BNP Paribas e HSBC passaram a ter supervisão direta americana, demonstrando como a soberania financeira de outros países foi comprometida.
A terceira dimensão analisada por Dowbor foca nas ações encobertas da CIA no século XXI. Tim Weiner, em "The Mission", revela como o sistema de inteligência americano opera tanto globalmente quanto dentro dos próprios Estados Unidos, influenciando governos e controlando informações estratégicas. Esta rede de espionagem se integra perfeitamente às dimensões militar e tecnológica, criando um sistema de dominação sem precedentes na história.
O pesquisador brasileiro alerta para as consequências desta dominação imperial. Contrariamente às alegações de que as bases militares melhoram a segurança global, elas estimulam corridas armamentistas e tensões regionais, aumentando riscos de confrontos militares. Os recursos desperdiçados em guerras poderiam ser direcionados para saúde, educação e infraestrutura, gerando resultados geopolíticos mais efetivos através da cooperação.
A análise de Dowbor revela como o imperialismo americano moderno opera através de múltiplas camadas de controle que se reforçam mutuamente. A combinação de presença militar global, dominação tecnológica e controle financeiro cria um sistema de poder planetário que transcende as formas tradicionais de imperialismo. Esta realidade exige uma compreensão sistêmica dos mecanismos de dominação para que outros países possam desenvolver estratégias de resistência e autonomia.
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