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Na manhã desta terça-feira (14), uma vistoria realizada pela equipe do deputado estadual Marcelo Dino (União-RJ) constatou graves falhas estruturais e operacionais nas embarcações que realizam o transporte aquaviário entre a Ilha do Governador, Praça XV e Niterói.
Das cinco barcas vistoriadas, duas foram interditadas pela Marinha do Brasil após a constatação de vazamento de óleo na casa de máquinas.
A ação teve início às 8h, no Terminal do Cocotá, na Ilha do Governador, e contou com a presença da Marinha do Brasil, da Secretaria Estadual de Transportes (CETRANS), da Getransp, da Comissão de Transportes da Alerj — presidida pelo deputado Dionísio Lins —, além da TV Alerj, da chefia de gabinete e do secretário da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, Rafael, representando a equipe técnica do parlamentar.
Durante a vistoria, foram encontradas diversas irregularidades:
• Barcas sucateadas e sem manutenção adequada;
• Falta de ar-condicionado funcional (das cinco embarcações, três possuem o sistema, mas sem capacidade de refrigeração adequada);
• Ausência de acessibilidade para cadeirantes, com rampas móveis que dependem de servidores para instalação;
• Banheiros em condições precárias, bebedouros sem água e coletes salva-vidas mofados;
• Superlotação nas viagens, especialmente nas linhas Praça XV–Ilha do Governador e Praça XV–Charitas;
• Falta de estrutura de primeiros socorros a bordo;
• Horários reduzidos para os moradores da Ilha do Governador, com apenas três opções diárias de travessia;
• Falta de integração tarifária entre modais, o que obriga o passageiro a pagar uma nova passagem para chegar a Niterói.
As embarcações interditadas foram a Gávea 1, que faz o trajeto Ilha do Governador–Praça XV, e a Corcovado, que atende a rota Praça XV–Niterói. Ambas apresentavam vazamento de óleo e ausência de condições mínimas de operação.
O deputado Marcelo Dino criticou a falta de manutenção e destacou que “o usuário das barcas não pode ser penalizado com transporte precário, inseguro e desumano”.
“Não basta reduzir a passagem de R$ 7,70 para R$ 4,70 se o serviço não oferece dignidade. É inadmissível que o cidadão fluminense continue sendo tratado com descaso”, afirmou o parlamentar.
O parlamentar também apontou um possível conflito de interesses na fiscalização contratual, já que a Secretaria de Transportes, responsável pela contratação da empresa Barcas Rio, é também a encarregada pela fiscalização do serviço — o que, segundo Dino, reforça a necessidade da recomposição da Getransp como órgão regulador independente.
A empresa atualmente opera com cinco embarcações, sendo três com ar-condicionado e duas sem, mas mesmo as refrigeradas não conseguem manter o conforto térmico quando estão lotadas.
Ainda nesta sexta-feira, às 17h30, o deputado Marcelo Dino irá in loco vistoriar a barca Charitas, que vem apresentando as piores condições operacionais — uma embarcação pequena, sem ventilação adequada e com superlotação constante, diferente da barca homônima que realiza o trajeto para a Região Oceânica de Niterói.
O deputado informou que vai solicitar um estudo técnico para ampliação dos horários da linha da Ilha do Governador, além de auditoria financeira para apurar o faturamento e os subsídios pagos à empresa Barcas Rio, que recebe cerca de R$ 2 milhões mensais da Prefeitura do Rio para operar o trajeto Praça XV–Niterói.
“O papel da Assembleia é fiscalizar e defender o cidadão. Vamos cobrar do Governo do Estado uma solução imediata para devolver qualidade, segurança e respeito aos usuários das barcas”, concluiu Marcelo Dino.
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