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Câmara aprova criação da Zona Sudoeste e separa Barra da Tijuca da Zona Oeste
A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou nesta quinta-feira (14) um projeto que promete redefinir o mapa da cidade. A criação da Zona Sudoeste, que incluirá bairros como Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Vargem Grande, representa uma mudança histórica na divisão territorial carioca. O projeto, de autoria do vereador Dr. Gilberto (Solidariedade), agora aguarda a decisão final do prefeito Eduardo Paes, que pode sancionar ou vetar a proposta.
A nova divisão territorial retira da extensa Zona Oeste alguns de seus bairros mais desenvolvidos economicamente. Além da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Vargem Grande, a Zona Sudoeste também abrigará Rio das Pedras e toda a região de Jacarepaguá. Essa redistribuição busca criar uma identidade territorial mais específica para uma região que concentra significativo desenvolvimento imobiliário e comercial. A medida reflete uma demanda antiga de moradores que se sentiam desconectados da vasta Zona Oeste.
O autor do projeto, Dr. Gilberto, defendeu a iniciativa como uma forma de "qualificar a expansão urbana" e melhorar a distribuição espacial dos bairros. Segundo o vereador, a mudança não alterará as regiões administrativas existentes, mantendo os bairros na AP4 (Área de Planejamento 4). A promessa é de que não haverá custos adicionais para a administração municipal nem aumento de impostos para os moradores. Uma consulta prévia à Secretaria de Fazenda confirmou que as alíquotas do IPTU permanecerão inalteradas.
O presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD), reforçou as garantias sobre a manutenção das alíquotas tributárias. "Enviamos requerimento de informações à Secretaria Municipal de Fazenda e confirmamos que as alíquotas não serão alteradas", explicou Caiado. Essa preocupação foi central nas discussões, já que mudanças territoriais podem gerar insegurança jurídica sobre questões tributárias. O parlamentar destacou que essa confirmação foi "essencial para assegurar que os moradores não serão onerados por essa mudança geográfica".
A proposta, no entanto, não foi unânime entre os vereadores. Pedro Duarte (Novo) manifestou-se contrário à criação da nova zona, argumentando que a medida poderia promover uma "fragmentação" desnecessária na cidade. Para o parlamentar, a divisão por áreas de planejamento já seria suficiente para organizar o território municipal. Duarte expressou receio de que a mudança transmitisse a impressão de que "a Barra esteja desconfortável de fazer parte da Zona Oeste e quisesse mostrar ser diferente".
A Zona Oeste atualmente abrange 43 bairros e corresponde a aproximadamente 70% do território da cidade do Rio de Janeiro. Essa extensão territorial sempre gerou questionamentos sobre a eficiência administrativa e a identidade regional. Com a criação da Zona Sudoeste, a Zona Oeste perderia alguns de seus bairros mais populosos e economicamente ativos, mas manteria sua característica de maior zona territorial da cidade. A redistribuição pode facilitar políticas públicas mais direcionadas para cada região.
Os defensores da proposta argumentam que a nova divisão permitirá investimentos mais direcionados e específicos para cada zona. O texto do projeto afirma que "os bairros que a integram poderão ter investimentos mais delimitados em sua destinação final". Essa especificidade territorial poderia resultar em políticas públicas mais eficazes, considerando as particularidades socioeconômicas de cada região. A expectativa é de que os moradores tenham maior facilidade para cobrar atenção de seus representantes políticos.
A criação da Zona Sudoeste também reflete questões socioeconômicas mais amplas da cidade. A Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes concentram população de maior poder aquisitivo, enquanto outros bairros da Zona Oeste apresentam características socioeconômicas distintas. Essa diferenciação territorial pode facilitar a elaboração de políticas públicas mais adequadas às necessidades específicas de cada região. A medida reconhece oficialmente as diferenças já existentes na prática entre essas áreas.
O projeto agora depende da decisão do prefeito Eduardo Paes, que tem prazo legal para analisar a proposta. Caso seja sancionada, a mudança entrará em vigor imediatamente, criando oficialmente a sexta zona da cidade do Rio de Janeiro. A decisão do prefeito será observada com atenção tanto pelos moradores dos bairros envolvidos quanto por especialistas em planejamento urbano. A criação de uma nova zona representa um precedente importante para futuras reorganizações territoriais na cidade.
A expectativa dos moradores da futura Zona Sudoeste é de que a mudança traga maior visibilidade política e melhores serviços públicos. Com uma identidade territorial mais definida, a região poderá pleitear investimentos específicos em infraestrutura, transporte e serviços urbanos. A medida também pode influenciar futuras discussões sobre redistribuição territorial em outras regiões da cidade. O resultado dessa experiência será fundamental para avaliar a eficácia de reorganizações territoriais como instrumento de gestão urbana.
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