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Brasil fortalece laços com África em encontro histórico sobre segurança alimentar
Segundo Diálogo Brasil-África reúne 44 nações para combater a fome e promover desenvolvimento rural sustentável
Em uma semana marcada pela cooperação internacional, Brasil e países africanos estreitaram relações durante o II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, realizado entre 19 e 22 de maio em Brasília. O evento, que contou com a participação de representantes de 44 nações africanas, destacou-se pela troca de experiências e tecnologias em áreas estratégicas para o desenvolvimento agrícola.
O embaixador Messias, da União Mundial de Ministros do Bem (UMEC), ressaltou em entrevista ao Jornal da República a importância deste encontro: "É um evento simbólico para junção do combate à fome, da pobreza, da miséria que muitos são assolados por ela, mas essa junção em prol do desenvolvimento da tecnologia ajuda muito ambos os lados. Nós temos muito a aprender também com a África e temos muito a levar e a trazer para a África."
Durante o Diálogo Ministerial realizado no Palácio do Itamaraty, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a trajetória brasileira de transformação agrícola. "É importante lembrar que, há 50 anos, o Brasil era importador de alimentos. O primeiro grande passo para transformar esse cenário foi o desafio de criar uma empresa pública de pesquisa agropecuária - a Embrapa", afirmou o ministro, enfatizando as similaridades climáticas entre Brasil e África como potencial para transferência tecnológica.
Desmistificando a África
O embaixador Messias fez questão de desmistificar a visão estereotipada sobre o continente africano. "Nós temos que parar de ficar olhando para a África como um país pobre, como um país miserável. A África tem um povo abençoado por Deus em primeiro lugar, e quem tem a bênção de Deus não é pobre", declarou, citando exemplos de nações que estão em pleno desenvolvimento, como Moçambique, Angola, Gana e Burkina Faso.
O diplomata também destacou que falta divulgação das potencialidades africanas no Brasil: "Quando você vai comprar uma passagem numa agência para viajar para um outro país, você não encontra lá um painel falando sobre a África. Falta clareza, principalmente no Brasil, o turismo ser fomentado para a África. Nós temos países maravilhosos na África."
Oportunidades de investimento
Para empresários interessados em investir no continente africano, o embaixador foi enfático: "A África está cada dia rompendo barreiras. Se você tem interesse em investir na África, é um dos melhores lugares. A África tem investimento para agricultura, tem aberto as portas para o fomento, para investir na infraestrutura de cada país."
O ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, por sua vez, enfatizou a importância do acesso ao crédito para o crescimento agrícola, citando o modelo brasileiro do Plano Safra como referência que poderia ser adaptada para realidades africanas.
Exemplos de sucesso
Um dos pontos altos da programação foi a visita a Petrolina (PE), onde delegações africanas conheceram o exemplo de transformação do semiárido brasileiro, hoje referência mundial na produção de frutas e no desenvolvimento de soluções para convivência com a escassez de água.
O ministro Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) destacou que "é uma questão histórica para nós. Faz parte da nossa trajetória de vida essa relação de cooperação com os países africanos", ressaltando que o Brasil tem muito a compartilhar com regiões que enfrentam desafios semelhantes aos do semiárido brasileiro.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, lembrou que "há 50 anos, ninguém acreditava que conseguiríamos conviver com a seca. Era um problema, um obstáculo para o desenvolvimento econômico e social aqui. E com ciência e tecnologia a gente conseguiu mostrar que poderia ser um polo produtor e até exportador de frutas para o mundo todo."
O II Diálogo Brasil-África reafirma o compromisso da política externa brasileira em fortalecer os vínculos com o continente africano, baseando-se na solidariedade, no respeito mútuo e na cooperação para o desenvolvimento sustentável.
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