Empresários Americanos são contra tarifa de Trump e pedem revogação

O governo brasileiro ganhou um reforço expressivo na tentativa de barrar as tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil. A maior entidade empresarial do mundo, a Câmara de Comércio dos EUA, uniu-se à AmCham Brasil (Câmara Americana de Comércio) para pedir o fim das medidas, previstas para entrarem em vigor a partir de 1º de agosto.

Em nota conjunta divulgada nesta terça-feira (15) em Washington, as instituições pedem uma solução diplomática e urgente. “A Câmara dos Estados Unidos e a AmCham Brasil conclamam os governos dos Estados Unidos e do Brasil a se engajarem em negociações de alto nível para evitar a implementação de tarifas prejudiciais”, diz o comunicado.

Com cerca de 3 milhões de associados, a Câmara americana é uma das entidades mais influentes do setor privado global e o posicionamento indica o desconforto do empresariado com a escalada protecionista liderada pelo ex-presidente Donald Trump — agora novamente em campanha — que ameaça atingir duramente a economia bilateral.

De acordo com os dados citados na nota, cerca de 6.500 pequenas empresas americanas dependem da importação de produtos brasileiros. Além disso, aproximadamente 3.900 companhias dos EUA mantêm investimentos ativos no Brasil. “A tarifa proposta de 50% afetaria produtos essenciais para as cadeias de suprimentos e os consumidores dos EUA, aumentando os custos para as famílias e reduzindo a competitividade dos principais setores dos EUA”, reforça o texto.

O Brasil é hoje um dos dez principais mercados de exportação dos Estados Unidos e destino de cerca de US$ 60 bilhões anuais em bens e serviços. Para os empresários, manter a estabilidade nessa relação comercial é fundamental para garantir empregos, competitividade e prosperidade em ambos os países.

"A Câmara dos EUA e a AmCham Brasil estão prontas para apoiar os esforços que conduzam a uma solução negociada, pragmática e construtiva — uma solução que evite a escalada e garanta um comércio contínuo e mutuamente benéfico", conclui a nota.