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Em um movimento estratégico para reduzir tensões no Congresso e ampliar pontes com a oposição, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reuniu-se com o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada do PL na Câmara dos Deputados e figura próxima ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O encontro aconteceu na residência da ministra, em Brasília.
Segundo informações do jornal O Globo, Sóstenes inicialmente relutou em comparecer ao Palácio do Planalto, temendo uma repercussão negativa junto à sua base eleitoral. Diante disso, Gleisi optou por recebê-lo em ambiente privado, reforçando a disposição para o diálogo. Recém-nomeada para a Secretaria de Relações Institucionais, a ministra busca reaproximar o governo do Congresso e construir pontes com forças políticas diversas, incluindo o partido de Bolsonaro.
Conjuntura política e tensões na base governista
A movimentação de Gleisi ocorre em meio a um cenário de atrito entre o governo e partidos aliados. Recentemente, Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA), líder do União Brasil, recusou o convite para assumir o Ministério das Comunicações, evidenciando dificuldades na manutenção da base governista.
Nesse contexto, a ministra tem intensificado conversas com lideranças de diferentes campos ideológicos, buscando consolidar consensos que evitem novos desgastes políticos. A reunião com Sóstenes Cavalcante integra essa estratégia. Embora o deputado esteja articulando a proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — pauta que dividiu o Congresso —, tanto Gleisi quanto Sóstenes afirmaram que o tema não foi abordado durante o encontro.
Temas abordados e cobranças por emendas
De acordo com assessores da ministra, as discussões concentraram-se em temas institucionais e orçamentários, com Sóstenes cobrando o pagamento de emendas impositivas pendentes desde 2023. A ministra comprometeu-se a acompanhar o cronograma e a liberar os recursos, garantindo que o processo será monitorado por lideranças do PL.
O tom do encontro foi cordial e amistoso, com Gleisi se colocando à disposição para dialogar. Sóstenes, por sua vez, afirmou que dará um “benefício da dúvida” à nova ministra, mas advertiu que aguardará resultados concretos em breve.
Relações pessoais e busca por consensos
Apesar de liderar a maior bancada da oposição, Sóstenes mantém uma relação cordial com Lindbergh Farias (PT-RJ), líder petista e presente na reunião. Ambos têm um histórico de militância conjunta no movimento dos “caras-pintadas” contra o ex-presidente Fernando Collor, em 1992.
Nos bastidores, membros do governo avaliam que a falta de diálogo anterior com a oposição em pautas sensíveis, como a anistia dos atos golpistas, pode ter permitido que a proposta avançasse sem contrapesos. Agora, setores do Executivo defendem a busca por um “caminho do meio”, que pode contar com apoio de figuras moderadoras, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que trabalha em um texto alternativo para o tema.
Fonte: Brasil247
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