Governadores seguem preocupados com o caso do Banco Master

Governadores seguem preocupados com o caso do Banco Master

O colapso do Banco Master, investigado na operação Operação Compliance Zero, revelou um esquema que vai além da má gestão financeira. As apurações apontam vínculos entre instituições privadas, bancos públicos e autoridades políticas, levantando dúvidas sobre a proteção e o uso de recursos públicos.

O que se sabe até agora

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal indicam que o Banco Master teria emitido cerca de R$ 50 bilhões em CDBs sem lastro, simulando liquidez por meio de ativos inexistentes.

No mesmo período, o BRB — banco público controlado pelo governo do Distrito Federal — teria movimentado aproximadamente R$ 12,2 bilhões em operações sem documentação adequada, enquanto avançava com planos de adquirir o Master, transação que acabou barrada pelo Banco Central.

Entre 2024 e 2025, o BRB também teria injetado R$ 16,7 bilhões no Banco Master, ampliando a exposição de recursos públicos a um banco privado em situação de fragilidade.

Outro ponto que chama atenção é o envolvimento de fundos de previdência. A Rioprevidência, por exemplo, aplicou cerca de R$ 2,6 bilhões em fundos ligados ao Master, mesmo após alertas de risco emitidos por órgãos de controle.

O escândalo político e institucional

O caso ganhou proporções políticas por evidenciar um padrão recorrente de 'socialização das perdas e privatização dos ganhos', no qual prejuízos gerados por decisões arriscadas acabam sendo absorvidos com dinheiro público.

As movimentações colocam em xeque a credibilidade de gestores públicos e revelam a necessidade de maior rigor na fiscalização de operações financeiras envolvendo bancos e fundos estatais.

Governadores na linha de fogo

Governadores como Cláudio Castro e Ibaneis Rocha, cujas administrações estão ligadas ao BRB e à Rioprevidência, enfrentam questionamentos sobre a participação de seus governos nas decisões que resultaram na exposição de recursos públicos ao risco.

A pressão política cresce diante da necessidade de investigar não apenas executivos e diretores do Banco Master, mas também agentes públicos que autorizaram ou ignoraram os indícios de irregularidades.

Próximos passos

A liquidação extrajudicial do Banco Master marca o início de uma fase decisiva. O processo deve incluir auditorias independentes, ações para recuperar parte dos valores aplicados e abertura de novos inquéritos contra políticos, gestores e instituições envolvidas.

Especialistas alertam que o episódio reforça a urgência de medidas que ampliem a transparência, evitem interferências políticas e fortaleçam o controle sobre operações financeiras com recursos públicos.

 

Fonte: Brasil247

Por Jornal da República em 27/11/2025
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