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Ex-senadora assume mandato de Glauber Braga por seis meses e anuncia postura combativa contra extrema direita e corrupção no Legislativo
Após 18 anos longe dos corredores do poder, Heloísa Helena voltou ao Congresso Nacional com a mesma postura incisiva que a tornou conhecida. A ex-senadora tomou posse como deputada federal na quarta-feira (17), substituindo Glauber Braga (Psol-RJ), suspenso por seis meses, e deixou claro que sua passagem será marcada pelo confronto direto com adversários políticos.
"Quem me odeia vai se ver livre de mim rapidamente e eu espero dar motivos para que me odeiem mais ainda", declarou a parlamentar em entrevista ao Brasil de Fato. A frase resume o tom que pretende adotar durante os próximos seis meses no cargo, período em que promete incomodar tanto a extrema direita quanto setores do próprio governo.
A deputada não esconde sua indignação com o que considera uma "brutalidade inaceitável" na suspensão de Glauber Braga. Para ela, o episódio relembra momentos sombrios da política brasileira, incluindo sua própria expulsão do prédio do INSS em 2003, quando se opunha à reforma da previdência no governo Lula. "Não é a primeira vez que a gente vê brutalidade nos plenários do Congresso Nacional", afirmou.
Críticas ao sistema de emendas parlamentares
Heloísa Helena direcionou críticas contundentes ao que chama de "relação promíscua" entre Executivo e Legislativo, especialmente no que se refere às emendas parlamentares. Segundo a deputada, sempre existiram modalidades de "orçamentos secretos" que beneficiam bajuladores do governo em detrimento da transparência democrática.
A parlamentar pretende criar um observatório de execução orçamentária nas áreas de políticas sociais, focando no que denomina "tridente do banditismo político": quem coloca recursos no orçamento, quem executa e quem se beneficia. "A aberração não é só você colocar no orçamento, é você executar", explicou.
Entre suas prioridades está a instalação da CPI do Banco Master, que considera fundamental para esclarecer esquemas de corrupção com "raízes profundas nos esgotos da política brasileira". A investigação, segundo ela, poderia quebrar sigilos bancários, fiscais e telefônicos, trazendo esclarecimentos importantes para o país.
Posicionamento independente em relação ao governo
Embora a Rede esteja oficialmente na base do governo federal através da federação com o Psol, Heloísa Helena se posiciona como independente. "Eu votarei as matérias que eu considero importantes e que se coadunam com as minhas convicções ideológicas. Eu não vou para a vassalagem", enfatizou.
A deputada criticou políticas do atual governo, incluindo o que considera "entreguismo das terras raras" e a privatização de rios amazônicos. Também questionou a destinação de metade do orçamento nacional para o que chamou de "gigolôs do capital financeiro", em referência aos juros da dívida pública.
Como disse Nelson Mandela: "Não há nada como voltar a um lugar que permanece inalterado para descobrir o quanto você mudou." Heloísa Helena retorna ao Congresso com a mesma determinação de outrora, mas com a experiência de quem conhece profundamente os meandros do poder.
Relações com lideranças e futuro político
A parlamentar não demonstra preocupação em estabelecer boas relações pessoais no Congresso. "Não vim para cá procurar amizade com ninguém, nem ser boazinha com ninguém. Eu não sou da turma da brisa suave. Brinco que sou filha da tempestade", declarou.
Sobre Arthur Lira, atual presidente da Câmara, Heloísa Helena foi direta: mencionou que o deputado alagoano é "muito amigo do Lula" e que ambos atuaram para destruí-la politicamente em Alagoas, evidenciando antigas rivalidades que podem influenciar sua atuação.
Quanto aos planos eleitorais para 2026, a deputada mantém as opções em aberto. A decisão sobre uma eventual candidatura à reeleição pelo Rio de Janeiro será discutida com a federação Psol-Rede nos próximos meses. Ela também expressou apoio a uma possível candidatura de Glauber Braga ao governo fluminense.
Continuidade da federação Psol-Rede
Heloísa Helena demonstrou otimismo sobre a manutenção da federação entre Psol e Rede, mesmo diante de especulações sobre uma possível aliança do Psol com o PT. Segundo ela, reuniões recentes confirmaram o interesse de ambas as legendas em manter a parceria atual.
A ex-senadora, que foi uma das fundadoras do Psol em 2004, preferiu não tecer comentários detalhados sobre os rumos atuais do partido, respeitando o fato de que a maioria da atual direção não é composta pelos fundadores originais.
Agenda de enfrentamento
Durante os seis meses de mandato, Heloísa Helena promete ser ainda mais combativa que Glauber Braga contra adversários políticos. Sua agenda inclui o enfrentamento à extrema direita, a fiscalização rigorosa da execução orçamentária e a defesa de pautas relacionadas à educação, segurança pública e sustentabilidade.
A deputada também planeja dar continuidade aos projetos iniciados por Glauber Braga, mantendo inclusive a decoração do gabinete inalterada devido ao curto período de gestão. O diálogo entre ambos foi fundamental para a transição, com o deputado suspenso demonstrando confiança na condução dos trabalhos por sua substituta.
Conclusão
O retorno de Heloísa Helena ao Congresso Nacional representa a volta de uma das vozes mais combativas da política brasileira. Em um momento de polarização e tensões institucionais, sua postura independente e crítica promete agitar os próximos seis meses no Legislativo federal.
Com um histórico de enfrentamento tanto à direita quanto a setores da esquerda quando considera necessário, a deputada se posiciona como uma força disruptiva capaz de incomodar diferentes espectros políticos. Seu mandato temporário pode servir como termômetro para uma eventual candidatura em 2026, consolidando sua influência na política nacional.
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