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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotou um tom duro contra o governo Lula ao comentar a possibilidade de o Palácio do Planalto acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do Congresso que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A resposta do parlamentar foi vista como uma ameaça direta ao Executivo.
Segundo Motta, caso o governo judicialize o tema, o gesto será interpretado como um enfrentamento direto, o que poderá ampliar a tensão entre os Poderes. “Será a leitura de que o governo abriu mão de governar com os parlamentares e agora busca governar com o STF”, afirmou. O deputado deixou claro que essa atitude poderá fazer com que o Congresso “dobre a aposta” nos embates com o Palácio do Planalto.
Nos bastidores, fontes próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva relataram que o chefe do Executivo tentou contato direto com Motta no dia da votação que derrubou o IOF, na tentativa de convencê-lo a recuar. O presidente da Câmara, no entanto, ignorou a ligação do petista, num gesto interpretado como esnobe e desrespeitoso, especialmente diante da gravidade da pauta em discussão.
Passadas 72 horas da tensão, Motta mudou de tom. Em declaração pública, passou a adotar uma postura mais conciliadora com o governo federal. Em vez da retórica combativa, falou em espírito colaborativo e destacou a importância do diálogo entre os Poderes.
“É da democracia discordar. A polarização existe, mas precisamos descobrir o que podemos fazer pelo país. Nós temos esse espírito colaborativo, essa vontade não está alterada”, declarou.
A guinada no discurso do presidente da Câmara teria sido motivada por pressões políticas e recados discretos recebidos após sua atuação incisiva contra o Executivo. A mudança de postura foi interpretada como um recuo estratégico, diante do desgaste que o confronto aberto poderia gerar para ambas as partes.
Apesar da trégua momentânea, o episódio evidencia o clima tenso entre Congresso e Planalto, e acende o alerta para novos embates que podem se intensificar no segundo semestre legislativo.
Fonte: Brasil247
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