Iguá despeja esgoto in natura no mar da Barra há 3 anos, revela relatório

Agenersa expõe escândalo: esgoto in natura no mar da Barra desde 2022

Iguá despeja esgoto in natura no mar da Barra há 3 anos, revela relatório

Iguá despeja esgoto in natura no mar da Barra há três anos, revela relatório explosivo da Agenersa

Um relatório devastador da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa) revelou que a concessionária Iguá Saneamento vem despejando esgoto in natura no mar da Barra da Tijuca há pelo menos três anos, em uma das mais graves violações ambientais já documentadas no setor de saneamento fluminense. O documento, obtido pelo RJ2, expõe falhas sistemáticas no projeto de ampliação da estação de tratamento que resultaram no lançamento contínuo de esgoto bruto diretamente no oceano, sem qualquer tipo de tratamento.

A situação catastrófica começou em maio de 2022, quando foram descobertas as primeiras falhas na Estação de Tratamento de Esgotos da Barra, que já passava por obras na época. O cenário se agravou drasticamente a partir de junho de 2024, com a paralisação total do tratamento, fazendo com que todo o esgoto coletado na região seja despejado sem tratamento através do emissário submarino, localizado a cinco quilômetros da orla. O relatório técnico da Agenersa é categórico ao apontar que o esgoto bruto não passa por nenhum tratamento antes de ser lançado no mar, violando frontalmente a legislação estadual que exige, no mínimo, tratamento primário completo.

A Agenersa acusa a Iguá de desrespeitar lei estadual específica e afirma que os impactos ambientais ocorrem por "questões basicamente econômicas", sugerindo que a empresa priorizou custos em detrimento da proteção ambiental. O órgão regulador contestou veementemente o argumento da concessionária de que seria tecnicamente inviável manter o funcionamento parcial da estação durante a reforma, classificando essa justificativa como inadequada. O relatório aponta ainda que a Iguá descumpriu 16 itens do contrato de concessão, que começou em fevereiro de 2022 e tem duração prevista de 35 anos.

Os danos ambientais se estendem além da poluição marinha, atingindo também o Parque Natural Municipal Bosque da Barra, onde o lago praticamente secou devido às obras da concessionária. Segundo a Agenersa, a Iguá rebaixou o lençol freático sem apresentar o projeto de impacto ambiental na região, causando danos irreversíveis ao ecossistema local. A empresa tenta minimizar a responsabilidade, alegando que o problema foi causado pela falta de chuvas, mas o órgão regulador rejeita essa explicação e responsabiliza diretamente a concessionária pelos danos.

Em sua defesa, a Iguá afirma que monitora a qualidade da água do mar desde o início de sua operação e que não identificou alterações nos padrões em comparação com análises anteriores. A empresa sustenta que atua em cooperação com órgãos ambientais e que as obras visam atender obrigações contratuais de performance. No entanto, a Agenersa já instaurou processo administrativo e promete aplicar as penalidades cabíveis, sinalizando que a situação pode resultar em sanções ainda mais severas para a concessionária, que já enfrenta multa de R$ 124,2 milhões por irregularidades relacionadas ao mesmo caso.

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Por Jornal da República em 11/08/2025
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