Justiça condena ex-deputado Geraldo Moreira a 16 anos de prisão por mandar matar médico em 2008

Homicídio foi motivado por disputa patrimonial envolvendo imóvel em Ipanema e relacionamento da ex-mulher do político com a vítima

Justiça condena ex-deputado Geraldo Moreira a 16 anos de prisão por mandar matar médico em 2008

O ex-deputado estadual Geraldo Moreira da Silva foi condenado a 16 anos de prisão por homicídio qualificado. A decisão foi proferida pelo III Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) na última segunda-feira, 23 de junho. A informação é do jornal O Globo, que acompanha o caso desde as primeiras denúncias. Moreira foi considerado o mandante do assassinato do médico Carlos Alberto Peres Miranda, ocorrido em março de 2008, na Tijuca, Zona Norte da capital fluminense.

De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), o crime teve como motivação uma disputa patrimonial entre o ex-parlamentar e sua ex-mulher, Leila Costa. Carlos Alberto, que à época namorava Leila, teria sido visto por Geraldo como alguém que influenciava negativamente as negociações da partilha de bens, especialmente no que dizia respeito a um imóvel de alto valor localizado em Ipanema, na Zona Sul, onde Leila residia e que era reivindicado pelo ex-deputado.

A investigação apontou que o médico foi executado no dia 14 de março de 2008, quando dois homens em uma motocicleta emparelharam com seu carro e dispararam contra ele. Os autores dos disparos foram identificados como Leandro Rosa da Silva e Ulisses Matheus Costa. Segundo a denúncia, os dois teriam sido contratados por intermédio do policial militar Marcelo Brasil Gonçalves, a mando de Geraldo Moreira. Ainda segundo o MPRJ, Ailton Silva Diniz e Ivan Luiz Bayer participaram do planejamento do crime.

O inquérito revelou que Ulisses receberia R$ 10 mil e Leandro, R$ 5 mil pelo assassinato. Todos os envolvidos foram julgados e condenados anteriormente. O caso de Geraldo Moreira, no entanto, se arrastou por anos no Judiciário devido a sucessivos recursos e mudanças de foro privilegiado.

Em 2009, o Órgão Especial do TJRJ aceitou a denúncia contra o então deputado. Após perder o mandato nas eleições de 2014, o processo foi remetido à primeira instância. Com o retorno à Assembleia Legislativa do Rio em 2017, Moreira voltou a recorrer, buscando travar o andamento da ação penal. O processo passou ainda pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2021 negou o recurso da defesa e autorizou o prosseguimento do julgamento.

A reportagem de O Globo procurou os advogados de Geraldo Moreira para comentar a decisão, mas até a publicação da matéria, não obteve resposta.

Via Agenda do Poder

Por Jornal da República em 29/06/2025
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