Lindbergh propõe suspensão de mandato para sequestradores do Congresso

Líder do PT exige retomada imediata do Plenário e punição aos deputados que resistirem à ordem da Mesa Diretora

Lindbergh propõe suspensão de mandato para sequestradores do Congresso

Durante a reunião do colégio de líderes da Câmara dos Deputados, realizada na tarde desta terça-feira (6), o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada do governo, propõe uma resposta dura contra a ocupação das Mesas Diretoras por parlamentares bolsonaristas. A medida busca reverter a paralisação das atividades legislativas provocada por um grupo da extrema direita que, desde a véspera, impede o funcionamento regular do Parlamento com uma ação classificada pela base governista como atentado institucional.

Lindbergh cobra que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), retome imediatamente a soberania do Plenário e reassuma sua posição à frente da Mesa ainda nesta terça-feira. Segundo interlocutores do partido, o parlamentar petista defende uma reação rápida e simbólica, com Hugo sentando-se na cadeira da presidência da Câmara como sinal inequívoco de que o Parlamento não se submeterá a chantagens nem tolerará práticas autoritárias.

Para os casos de resistência por parte dos deputados bolsonaristas que seguem ocupando fisicamente a Mesa Diretora, Lindbergh propõe uma medida mais enérgica: a suspensão imediata dos mandatos dos envolvidos, decisão que caberia à própria Mesa da Casa. Ele também sugere o envio dos casos ao Conselho de Ética da Câmara, para abertura de processos disciplinares que podem resultar em sanções mais severas, incluindo a cassação do mandato parlamentar.

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Lindbergh Farias

Lindbergh alerta para fragilização da autoridade

A ofensiva da oposição, travestida de mobilização política, inclui a defesa de um chamado “pacote da paz” — um conjunto de propostas que engloba a anistia ampla aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o fim do foro privilegiado para autoridades. A base governista classifica a pauta como uma tentativa de reescrever os marcos democráticos e normalizar ações criminosas sob o pretexto de conciliação institucional.

Desde a tarde de segunda-feira (5), deputados e senadores da extrema direita se revezam em turnos para manter a ocupação das cadeiras da Mesa nas duas Casas Legislativas. Com colchões no chão e discursos transmitidos pelas redes sociais, o grupo tenta criar uma atmosfera de mobilização contínua. Parlamentares da base e do centro classificam o ato como um sequestro deliberado do Congresso Nacional, com potencial de gerar precedentes perigosos para a estabilidade democrática.

Interlocutores do PT revelam ainda que Lindbergh tem alertado para o risco de fragilização da autoridade institucional de Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União-AP), presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente. Segundo ele, permitir que o Congresso siga paralisado por mais um dia reforçaria a percepção de enfraquecimento do poder civil diante de uma minoria barulhenta. A retomada dos trabalhos, mesmo que simbólica, seria um passo essencial para preservar a autonomia do Legislativo.

A reunião do colégio de líderes, convocada com urgência para tratar da situação, seguia em andamento até o fechamento desta reportagem. A expectativa é que uma decisão sobre a retomada dos trabalhos e eventuais sanções aos ocupantes seja anunciada ainda nas próximas horas.

Via ICL

Por Jornal da República em 07/08/2025
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