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Em uma manifestação pública na noite desta quarta-feira (29), o presidente Lula falou pela primeira vez sobre a massiva operação policial realizada no Rio de Janeiro contra a facção Comando?Vermelho, que resultou em mais de 100 mortos. O presidente lançou um apelo à união das forças de segurança e ao respeito à vida de civis e agentes públicos.
Na publicação, Lula ressaltou que o crime organizado “não pode continuar destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades”. Ele acrescentou que “o Brasil precisa de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”.
— “Foi exatamente o que fizemos em agosto na maior operação contra o crime organizado da história do país, que chegou ao coração financeiro de uma grande quadrilha envolvida em venda de drogas, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro”, escreveu o presidente.
O governo federal já havia convocado reunião de emergência com os ministros da Justiça e da Polícia Federal para irem ao Rio e se encontrar com o governador Cláudio?Castro, no intuito de criar um fórum de articulação entre União, estado e municípios. Após o encontro, foi anunciado o funcionamento de um “Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado”.
Lula também fez menção à PEC da Segurança Pública, que tramita no Congresso Nacional. Segundo ele, a aprovação da proposta permitirá “que as diferentes forças policiais atuem de maneira conjunta no enfrentamento às facções criminosas”.
A operação, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, já é considerada a mais letal da história do Estado do Rio — com ao menos 119 mortos, entre eles quatro policiais, e 113 pessoas presas até agora.
Analistas políticos apontam que o pronunciamento marca uma tentativa de o governo federal assumir papel mais ativo na agenda de segurança pública, ainda que o presidente tenha evitado críticas diretas à gestão estadual. A tensão entre União e estado se evidenciou após o governador Cláudio?Castro afirmar que o Rio “estava sozinho” no enfrentamento à facção, acusando o governo federal de negar ajuda.
Especialistas em segurança alertam, contudo, que o desafio não estará apenas na logística de operações, mas na articulação permanente entre diferentes esferas do poder — além da atenção às vítimas invisíveis: moradores de áreas de risco, famílias de envolvidos e agentes de segurança. O pronunciamento do presidente reflete esse duplo desafio: atacar com firmeza o crime organizado e, simultaneamente, preservar os direitos e segurança de quem vive em áreas conflagradas.
Com a crise instalada, os próximos passos serão observados de perto: a tramitação da PEC da Segurança Pública, o fortalecimento do escritório emergencial de combate ao crime organizado no Rio e o diálogo entre União e estado para evitar que operações tão impactantes resultem em consequências humanitárias adicionais.
Fonte: Veja
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