Mas de 4 mil policiais seguem servindo políticos e Castro faz Lei para ampliar garantindo 'guarda-costas' por até 8 anos

Privilégio institucionalizado: 4 mil policiais militares hoje servem exclusivamente à segurança de políticos

 Mas de 4 mil policiais seguem servindo políticos e Castro faz Lei para ampliar garantindo 'guarda-costas' por até 8 anos

Cláudio Castro apresenta projeto que amplia privilégio a ex-governadores enquanto PM segue longe das ruas

Em uma ação que causa polêmica e intensifica o debate sobre prioridades na segurança pública, o governador Cláudio Castro protocolou nesta sexta-feira na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) um projeto de lei para garantir segurança institucional a ex-governadores do estado por até oito anos após o término dos mandatos. A proposta prevê a cessão de servidores públicos — incluindo policiais militares — para atuarem exclusivamente como guarda-costas de ex-mandatários, retirando efetivo que deveria estar à disposição da população.

A justificativa cita o fortalecimento do crime organizado e o risco de represália a ex-gestores, mas o anúncio do projeto veio justamente quando denúncias sobre privilégios acumulados explodem no estado. Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope e especialista em segurança, não poupou críticas: aponta que cerca de 4 mil policiais militares hoje servem exclusivamente à segurança de políticos, enquanto falta efetivo nas ruas e a população vive assustada.

Segundo Pimentel, “mais de 10% do efetivo está cedido a outros órgãos”, e há casos de policiais recém-formados sendo designados para gabinetes de deputados antes mesmo de realizar patrulha nas comunidades. O efeito prático, segundo ele, é a existência de uma “polícia particular” para políticos, enquanto bairros inteiros clamam por policiamento. “Se cortassem esses privilégios, seis batalhões novos poderiam ser criados no Rio”, denuncia, reforçando o que para muitos já é escancarado: privilégio para poucos, insegurança para muitos.

O governador, por sua vez, tenta amenizar críticas com o anúncio de mais de duas mil vagas de concurso para a PM em 2026. Contudo, a dimensão do contingente desviado para funções de segurança particular de políticos reforça a sensação de que, no Rio de Janeiro, a polícia serve primeiro ao poder, e só depois ao cidadão.

A proposta, se aprovada, institucionaliza uma diferença marcante: para ex-governadores, a segurança é garantida por até oito anos, mesmo após deixarem o cargo; já para o carioca comum, a espera por policiamento parece interminável. O debate promete se acirrar na Alerj e nas ruas, enquanto a esperança de uma polícia nas ruas continua no horizonte do cidadão fluminense.

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Por Jornal da República em 09/05/2025
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