Mesmo diante de 'tarifaço', Brasil registra exportação recorde de carne bovina em setembro

Mesmo diante de 'tarifaço', Brasil registra exportação recorde de carne bovina em setembro

Mesmo com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, o Brasil alcançou em setembro um recorde histórico nas exportações de carne bovina in natura. O resultado reflete a força do agronegócio brasileiro e a capacidade do setor de se adaptar a um cenário internacional mais desafiador.

Volume Recorde

De acordo com dados oficiais, o país exportou 314,7 mil toneladas de carne bovina no mês, o maior volume já registrado na série histórica. O resultado representa um aumento de 25,1% em relação a setembro do ano passado e supera o recorde anterior, alcançado em julho.

O desempenho surpreende por ter ocorrido logo após o “tarifaço” norte-americano, que elevou a taxa total de importação da carne brasileira para mais de 70%. Ainda assim, as vendas externas seguiram em alta, impulsionadas pela forte demanda global e pela reorganização dos destinos comerciais.

Estratégia e Diversificação

Especialistas do setor atribuem o bom resultado à diversificação dos mercados compradores. Países como México e China ampliaram suas compras, compensando as perdas decorrentes da nova política tarifária dos Estados Unidos.

Mesmo com a taxa elevada, os embarques para o mercado norte-americano continuam acontecendo, especialmente nos casos de cortes premium e contratos firmados antes da mudança nas regras.

Outros Segmentos Também Avançam

Além da carne bovina, os demais setores de proteína animal também registraram bons resultados em setembro. As exportações de carne de frango, somando produtos in natura e processados, se mantiveram em níveis elevados, enquanto a carne suína atingiu novo recorde, com 151,6 mil toneladas embarcadas — alta de 25,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Em valores, a receita obtida com a carne suína cresceu quase 30%, reforçando a recuperação do segmento.

Força e Adaptação do Agronegócio

O desempenho de setembro reforça a resiliência do agronegócio brasileiro, que conseguiu contornar as barreiras comerciais e manter o ritmo de crescimento das exportações.

Mesmo diante de tarifas elevadas e de um cenário internacional incerto, o Brasil segue como um dos principais fornecedores mundiais de proteína animal, demonstrando que a combinação de planejamento estratégico, diversificação de mercados e qualidade produtiva é o caminho para sustentar o avanço do setor.

 

Fonte: G1

Por Jornal da República em 08/10/2025
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