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Lula atinge melhor momento desde início do mandato enquanto direita fragmentada mantém eleição de 2026 totalmente em aberto

A 9ª rodada do Tracking Gerp – Eleições 2026 apresenta um panorama político brasileiro marcado por equilíbrio, volatilidade e constante reconfiguração de forças. O levantamento, realizado entre 29 de setembro e 6 de outubro de 2025 com 2.000 entrevistados em todo território nacional, revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atravessa sua melhor fase desde o início do atual mandato, enquanto o campo conservador se reorganiza através de múltiplas lideranças que mantêm a disputa presidencial de 2026 completamente aberta.
A aprovação ao governo federal registrou recuperação significativa, atingindo 37% – mesmo patamar de janeiro de 2025 –, enquanto a desaprovação recuou para 57%. Esses números refletem uma leve melhora na percepção sobre políticas sociais e sugerem um momento de estabilidade com redução gradual do desgaste político. Embora não represente alteração significativa na polarização estrutural do eleitorado brasileiro, a tendência indica recomposição da base governista e consolidação de um piso eleitoral mais sólido para o petista.
Dissociação Entre Imagem Pessoal e Gestão Administrativa
O desempenho pessoal de Lula apresenta avaliação ligeiramente superior à gestão governamental, evidenciando dissociação parcial entre imagem pessoal e percepção administrativa. Segundo o levantamento, 31% dos brasileiros consideram o desempenho pessoal do presidente ótimo ou bom, 29% classificam como regular, 38% como ruim e 15% como péssimo. Essa distribuição resulta em média ponderada de 2,57 pontos numa escala de 1 (péssimo) a 5 (ótimo), indicando que a figura de Lula mantém capital político superior à avaliação de seu governo.
A comparação com a gestão anterior revela polarização persistente no eleitorado brasileiro. Enquanto 38% afirmam que o governo Lula é melhor ou muito melhor que o de Jair Bolsonaro, 49% o consideram pior ou muito pior. Esses números demonstram que a memória do governo Bolsonaro ainda influencia significativamente a percepção sobre a atual gestão, mantendo viva a disputa narrativa entre os dois projetos políticos que estruturam o debate nacional desde 2018.
Marco Histórico na Pesquisa Espontânea
Pela primeira vez desde o início do Tracking Gerp, Lula aparece numericamente à frente de Jair Bolsonaro na intenção de voto espontânea, registrando 24% contra 23% do ex-presidente. Embora a diferença esteja dentro da margem de erro de ±2,24 pontos percentuais, o resultado possui valor simbólico importante: indica reativação da lembrança eleitoral de Lula e reequilíbrio entre os dois polos que dominam a política nacional. Tarcísio de Freitas aparece em terceiro lugar com 2%, enquanto Ciro Gomes e Michelle Bolsonaro ficam abaixo desse patamar.
Esse movimento na pesquisa espontânea reflete mudanças na percepção do eleitorado sobre as perspectivas eleitorais de 2026. A recuperação de Lula neste quesito sugere que sua candidatura volta a ser vista como viável por parcela crescente dos entrevistados, processo fundamental para a construção de uma campanha competitiva. Simultaneamente, a manutenção de Bolsonaro em patamar similar demonstra que sua base eleitoral permanece mobilizada e atenta ao cenário político nacional.
Fragmentação Conservadora Beneficia Lula no Primeiro Turno
Os cenários estimulados de primeiro turno revelam dinâmica complexa onde a fragmentação do campo conservador emerge como fator decisivo. Lula mantém desempenho estável e perde apenas para Jair Bolsonaro quando este participa da disputa. O presidente é beneficiado pela dispersão de candidaturas conservadoras entre nomes como Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, Ronaldo Caiado, Ratinho Jr. e Romeu Zema, além da presença de Ciro Gomes ocupando espaço de centro.
No cenário com Jair Bolsonaro, o ex-presidente lidera com 37% contra 31% de Lula, seguidos por Ciro Gomes (5%), Caiado (3%), Zema (3%), Pablo Marçal (3%) e Ratinho Jr. (3%). Quando Bolsonaro não participa e Tarcísio de Freitas assume a liderança conservadora, Lula inverte o quadro e lidera com 27% contra 23% do governador paulista. Essa dinâmica demonstra que a unidade ou fragmentação do campo conservador será determinante para as chances eleitorais de cada candidatura.
O movimento mais expressivo da rodada vem justamente de Tarcísio de Freitas, cuja diferença para Lula caiu drasticamente de 11 pontos (31% a 20%) na rodada anterior para apenas 4 pontos (27% a 23%). Esse avanço o consolida como principal nome de crescimento dentro do campo conservador, com desempenho especialmente relevante no Sudeste (26%) e no Norte (30%) – regiões que concentram quase 60% do eleitorado brasileiro e serão decisivas para o resultado final.
Cenários de Segundo Turno Revelam Desafios para Lula
A mesma fragmentação que favorece Lula no primeiro turno se converte em desvantagem significativa quando há unificação do campo conservador no segundo turno. Nesse contexto, o presidente é superado por Bolsonaro (48% a 36%), Tarcísio (45% a 36%) e Michelle Bolsonaro (48% a 36%). Empata tecnicamente com Eduardo Bolsonaro (41% a 38%) e vence apenas Caiado (37% a 30%), Ratinho Jr. (38% a 34%), Zema (38% a 32%) e Ciro Gomes (34% a 32%).
Esses resultados evidenciam que, embora Lula mantenha competitividade no primeiro turno devido à dispersão conservadora, enfrenta desafios estruturais para vencer uma eventual polarização direta no segundo turno. A capacidade de mobilização e unificação do campo conservador emerge como fator crucial para determinar não apenas quem chegará ao segundo turno, mas também quem terá melhores condições de vencer a eleição final.
Geografia Eleitoral Define Estratégias de Campanha
A análise regional revela padrões geográficos que influenciarão decisivamente as estratégias de campanha. O Nordeste e parte do Norte sustentam a competitividade lulista, mantendo-se como redutos tradicionais do petista. Por outro lado, eleitores do Sudeste, Sul e Centro-Oeste consolidam o voto conservador no segundo turno, criando desafio geográfico significativo para a reeleição de Lula.
A disputa no Sudeste – especialmente em São Paulo e Minas Gerais – tende a ser decisiva para o resultado final. Esta região concentra o maior colégio eleitoral do país e apresenta maior volatilidade, com eleitores mais propensos a mudanças de preferência durante a campanha. O desempenho de Tarcísio de Freitas nesta região (26%) demonstra sua capacidade de competir em território tradicionalmente disputado, enquanto Lula precisa reconquistar espaços perdidos nos últimos anos.
Eleitorado Indeciso Será Determinante
Com margens ainda não consolidadas e alto grau de volatilidade entre eleitores de centro, o cenário permanece aberto e em constante movimento. Os dados reforçam que o Brasil caminha para uma das eleições mais disputadas desde a redemocratização, com múltiplas variáveis podendo alterar o resultado final. A definição tende a ocorrer apenas nas fases finais da campanha, quando estratégias de comunicação, debates e eventos de última hora exercerão influência decisiva.
Os indecisos – especialmente do Sudeste e do eleitorado feminino – desempenharão papel crucial no resultado da eleição. Esses segmentos representam parcela significativa do eleitorado e suas decisões finais poderão determinar não apenas quem chegará ao segundo turno, mas também o resultado da disputa presidencial. A capacidade de cada candidatura em conquistar esses eleitores através de propostas convincentes e comunicação eficaz será fundamental.
Diplomacia Internacional Como Ativo Político
O levantamento também investigou a percepção sobre um possível encontro entre Lula e Donald Trump, revelando expectativa positiva da população. A maioria dos entrevistados aprova a participação de Lula (67%) e prefere que o encontro seja presencial (73%), reforçando o valor simbólico e diplomático do gesto político. Para 27%, o encontro fortaleceria igualmente os dois líderes, enquanto 19% acreditam que beneficiaria Lula e 16% Trump.
Há também expectativa prática relacionada às relações comerciais: 40% acreditam que a reunião pode levar à redução da tarifa de 50% imposta por Trump, contra 37% que esperam manutenção. Esses números sugerem que a atuação diplomática de Lula pode se converter em ativo político interno, especialmente se resultar em benefícios concretos para a economia brasileira.
Metodologia Robusta Garante Confiabilidade
A pesquisa utilizou metodologia quantitativa com 2.000 entrevistas telefônicas (sistema CATI) realizadas em todo território nacional. Os entrevistados foram selecionados por cotas de sexo, faixa etária e renda do chefe do domicílio, com resultados ponderados por região e perfil sociodemográfico. A margem de erro de ±2,24 pontos percentuais e nível de confiança de 95,55% garantem robustez estatística aos resultados apresentados.
A amostra considerou eleitores com 16 anos ou mais, distribuídos proporcionalmente por região: Sudeste (43%), Nordeste (27%), Sul (14%), Norte (8%) e Centro-Oeste (7%). Essa distribuição reflete a composição real do eleitorado brasileiro e permite análises regionais consistentes com a realidade demográfica do país.
Cenário de Máxima Competitividade
O Tracking Gerp confirma que 2026 será marcado por uma das disputas presidenciais mais acirradas da história recente do Brasil. O lulismo demonstra resiliência e capacidade de recomposição, mantendo competitividade mesmo após período de desgaste. Simultaneamente, a direita consolida múltiplas alternativas de liderança nacional, criando cenário de máxima fragmentação e competitividade.
A eleição permanece completamente aberta, com diferentes cenários possíveis dependendo das alianças que se formarem, das candidaturas que se consolidarem e da capacidade de cada campo político em mobilizar seus eleitores. A próxima rodada do Tracking Gerp será fundamental para confirmar se as tendências identificadas se consolidam ou se novos movimentos alterarão novamente o tabuleiro político brasileiro.
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