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morte do influenciador de moda Júnior Dutra, ocorrida no último dia 3, após complicações de um procedimento estético conhecido como Fox Eyes, trouxe à tona um debate urgente sobre a banalização da estética e os riscos associados à realização de técnicas invasivas sem acompanhamento de especialistas qualificados.
O Fox Eyes, popularizado por celebridades e redes sociais, consiste no uso de fios de PDO (polidioxanona) para levantar a região dos olhos e sobrancelhas, promovendo um olhar mais alongado. Apesar da aparência simples, a técnica envolve riscos significativos quando não realizada por médicos experientes e com infraestrutura adequada.
A banalização da estética e o risco invisível
O cirurgião plástico Dr. Hugo Sabath, referência na área e sócio da Clínica Líbria, explica que a busca por resultados rápidos tem levado muitos pacientes a se submeterem a procedimentos sem considerar os riscos.
“O caso do Júnior Dutra é uma tragédia que ilustra um problema crescente: a estética passou a ser tratada como moda de rede social, quando, na verdade, envolve saúde e exige responsabilidade. A região dos olhos é extremamente delicada, repleta de nervos e vasos sanguíneos importantes. Um erro técnico pode gerar complicações graves como necrose, cegueira parcial, infecções e, em situações extremas, risco de morte”, alerta o médico.
Segundo ele, o crescimento da procura por procedimentos minimamente invasivos trouxe benefícios, mas também estimulou a sensação de falsa segurança.
“Não existe procedimento sem risco. O que existe é técnica bem indicada e bem executada, realizada por profissionais que dominam a anatomia e a prática médica. Quando isso não acontece, o perigo é real.”
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