Museu do Amanhã vira palco de denúncia internacional, Fundo norueguês e empresários no centro de escândalo da construção civil

De obra icônica a palco de crime: entenda o impasse das gruas espanholas no Rio

Museu do Amanhã vira palco de denúncia internacional, Fundo norueguês e empresários no centro de escândalo da construção civil

Envolvimento internacional e impunidade marcam investigação sobre apropriação de gruas em obra do Museu do Amanhã

Caso reúne fundo estrangeiro, empresários delatados e questionamentos sobre a celeridade policial no Rio.

Um escândalo silencioso, mas de proporções internacionais, faz morada há quase um ano na 34ª Delegacia de Polícia de Bangu, no Rio de Janeiro. Trata-se da denúncia de apropriação indébita envolvendo equipamentos do tipo Grua Torre, estimados em valor milionário, originalmente arrendados pela EBEL SL — empresa espanhola — para serem usados em obras emblemáticas do Rio, incluindo a construção do Museu do Amanhã pela Odebrecht.

A denúncia formalizada em julho de 2024 está registrada sob o número RO 034-11939/2024 e cita, entre os alvos, MEGA Energia Locação e Administração de Bens S.A. e um fundo de investimento multiestratégico chamado Hankoe, vinculado a uma renomada família real norueguesa. A composição do grupo econômico inclui ainda a GN da Barra, citando Marcelo Pereira, empresário delatado na Operação Lava Jato, e outras empresas de fachada.

Segundo apuração, após a fusão de patrimônios, as gruas teriam sido irregularmente incorporadas ao acervo da nova empresa, em detrimento da legítima proprietária espanhola, EBEL SL. O andamento da investigação esbarra no que parece ser estratégia de protelação: funcionários administrativos da MEGA prestaram esclarecimentos, mas os principais gerentes, regularmente notificados, sequer compareceram para depor. A única manifestação de um deles ocorreu por carta, sem qualquer controle processual.

O mais alarmante é que, apesar dos indícios contundentes do crime de apropriação indébita, o inquérito encontra-se parado, sem avanço significativo, audiências marcadas ou conclusão. O tempo passa, a impunidade se consolida e a presença de interesses internacionais amplia a repercussão e a gravidade dos fatos.

A participação de um fundo estrangeiro — de origem nobre e tradicional — adiciona indignação e perplexidade às denúncias, compondo um quadro que une dilapidação de patrimônio, ausência de respostas e um sistema de justiça sob suspeita de leniência.

A construção do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, projeto do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, foi uma obra complexa que exigiu o uso de equipamentos pesados como gruas. A cobertura metálica, com seus grandes balanços, e as estruturas de concreto, com suas formas específicas, foram montadas com a ajuda de gruas e outras máquinas pesadas para levantar e posicionar as peças. A estrutura principal do museu foi construída com cerca de 55.000 toneladas de concreto e 3.800 toneladas de aço na cobertura, exigindo a utilização de equipamentos como gruas para lidar com essas grandes quantidades de material. 

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Por Jornal da República em 09/05/2025
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