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O Rio de Janeiro deu mais um passo decisivo rumo ao futuro sustentável. O NeoVerde Vision – Seminário de Energias Limpas do Estado do Rio de Janeiro encerrou sua programação nesta quarta-feira (26) no Campo Olímpico de Golfe, na Barra da Tijuca, consolidando o estado como protagonista nacional na transição energética.
Com mais de 600 participantes, o evento organizado pela Fundação Rede Criativa, com apoio da Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (SEENEMAR), demonstrou que o Rio não apenas acompanha as tendências globais, mas as lidera.
A força do encontro ficou evidente na diversidade dos participantes. Gigantes do setor energético como Petrobras, Naturgy e Eletronuclear dividiram espaço com instituições acadêmicas, órgãos governamentais e empresas inovadoras. Essa convergência de atores estratégicos revela uma característica única do estado fluminense: a capacidade de articular diferentes fontes de energia limpa em uma matriz diversificada e resiliente.
O ambiente regulatório favorável do Rio de Janeiro emergiu como um dos principais atrativos para investimentos. A Lei nº 8.922/2020, que garante isenção de ICMS para micro e minigeração de energia fotovoltaica até 5MW, exemplifica como políticas públicas bem estruturadas podem acelerar a adoção de tecnologias limpas.
Essa medida não apenas democratiza o acesso à energia solar, mas posiciona o estado como referência em incentivos fiscais para o setor.
Durante o seminário, três marcos institucionais importantes foram estabelecidos. O Memorando de Entendimento entre a SEENEMAR e o Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ promete impulsionar pesquisas fundamentais para a transição energética.
A oferta de 10 bolsas para o curso de Fundamentos em Energia Eólica Offshore, anunciada pela Ocean Energy Pathway, demonstra o compromisso com a capacitação profissional especializada.
O lançamento da segunda edição do Mapa das Energias Limpas consolida o estado como centro de inteligência estratégica do setor.
Diversidade energética como vantagem competitiva
O secretário Cássio Coelho foi categórico ao definir o Rio de Janeiro como "capital da diversidade energética". Essa caracterização não é apenas retórica – reflete uma realidade concreta.
O estado combina energia nuclear de Angra dos Reis, potencial eólico offshore em sua extensa costa, recursos para biogás e biometano, além de condições excepcionais para energia solar.
Essa diversificação garante segurança energética e reduz a dependência de fontes únicas.
A energia nuclear ganhou destaque especial no evento. Carlos Seixas, da ABEN, e Alexandre Facure, da ANSN, reafirmaram a importância estratégica dessa fonte para a matriz energética brasileira.
O mediador João Leal, da SEENEMAR, foi além ao destacar as reservas de urânio do país como um diferencial competitivo ainda não totalmente explorado. Essa visão posiciona o Brasil não apenas como consumidor, mas como potencial fornecedor global de tecnologia e insumos nucleares.
O potencial eólico offshore do Rio de Janeiro emergiu como uma das principais apostas para o futuro. O subsecretário adjunto Sérgio Coelho destacou a posição de vanguarda do estado nesse segmento, que promete revolucionar a geração de energia limpa no país.
Com ventos constantes e infraestrutura portuária desenvolvida, o Rio está bem posicionado para se tornar o hub nacional dessa tecnologia.
Alinhamento estratégico entre setores
O sucesso do NeoVerde Vision evidenciou algo fundamental: o alinhamento entre governo, setor privado e academia. Essa convergência é essencial para superar os desafios da transição energética, que exige investimentos massivos, inovação tecnológica e marcos regulatórios adequados.
A presença de executivos da Petrobras, GNA, Light e Porto do Açu ao lado de representantes governamentais e pesquisadores demonstra que o Rio construiu um ecossistema colaborativo único.
Carlos Favoreto, do Campo Olímpico de Golfe, capturou perfeitamente o simbolismo do evento. Sediar o seminário em um espaço que representa o legado de sustentabilidade dos Jogos Olímpicos de 2016 reforça o compromisso do Rio com práticas ambientalmente responsáveis.
O campo, resultado de um projeto de recuperação ambiental, serve como metáfora para a transformação que o estado busca promover em sua matriz energética.
A participação de instituições como CREA-RJ, Universidade Candido Mendes e diversas associações setoriais revela outro aspecto crucial: a construção de uma base técnica sólida para sustentar o crescimento do setor.
A transição energética não depende apenas de recursos financeiros, mas de profissionais qualificados e pesquisa aplicada.
Impactos econômicos e ambientais
As discussões do seminário deixaram claro que a transição energética no Rio vai além de questões ambientais – representa uma oportunidade econômica extraordinária.
A atração de investimentos em energias limpas pode gerar milhares de empregos, desde a fabricação de equipamentos até a operação e manutenção de usinas. O programa Empregos Azuis, mencionado durante o evento, exemplifica como o estado está se preparando para essa nova economia.
A descarbonização da matriz energética fluminense também fortalece a competitividade de empresas locais. Em um mundo cada vez mais preocupado com sustentabilidade, ter acesso a energia limpa torna-se um diferencial competitivo crucial.
Isso é especialmente relevante para o setor industrial do estado, que pode usar essa vantagem para atrair investimentos e expandir mercados.
O evento também destacou o papel do Rio na economia do mar. Com uma costa extensa e infraestrutura portuária desenvolvida, o estado está bem posicionado para liderar o desenvolvimento da energia eólica offshore no Brasil.
Essa tecnologia, ainda em fase inicial no país, promete gerar não apenas energia limpa, mas também uma nova cadeia produtiva com potencial de exportação.
Perspectivas futuras
O NeoVerde Vision não foi apenas um evento – foi um marco que sinaliza a direção futura do Rio de Janeiro.
A declaração de João Leal sobre o seminário "seguir itinerando pelo mundo" sugere que o estado pretende exportar sua experiência e conhecimento, posicionando-se como referência global em diversidade energética.
Os próximos passos incluem a implementação dos acordos firmados durante o evento. A parceria com a UFRJ promete gerar pesquisas que podem revolucionar o setor, enquanto os programas de capacitação prepararão a força de trabalho para as oportunidades emergentes.
O Mapa das Energias Limpas servirá como guia estratégico para investidores e formuladores de políticas.
A escolha do Rio como sede de eventos internacionais do setor energético também se torna mais provável. Com infraestrutura adequada, expertise técnica e ambiente regulatório favorável, o estado reúne condições ideais para sediar encontros que moldarão o futuro energético global.
Legado de sustentabilidade
O NeoVerde Vision representa mais que um seminário sobre energia – simboliza a transformação do Rio de Janeiro em um laboratório vivo de sustentabilidade.
A combinação de recursos naturais abundantes, infraestrutura desenvolvida, ambiente regulatório favorável e ecossistema colaborativo cria condições únicas para liderar a transição energética nacional.
O evento demonstrou que o futuro energético do Brasil passa necessariamente pelo Rio de Janeiro. Não por acaso, mas por uma combinação estratégica de fatores que o estado soube cultivar e potencializar.
A diversidade energética, longe de ser apenas um slogan, emerge como a principal vantagem competitiva fluminense no século XXI.
A mensagem final do seminário é clara: o Rio de Janeiro não apenas abraçou a transição energética – está liderando-a.
Com mais de 600 participantes engajados, parcerias estratégicas firmadas e uma visão clara do futuro, o estado se consolida definitivamente como a capital brasileira da energia limpa e diversificada.
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