Netanyahu recorre a 'quiz' em discurso na Assembleia Geral da ONU para criticar Irã, Hamas e Hezbollah

Netanyahu recorre a 'quiz' em discurso na Assembleia Geral da ONU para criticar Irã, Hamas e Hezbollah

Em um momento inusitado nesta sexta-feira (26 de setembro de 2025), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu recorreu a placas com perguntas de múltipla escolha para moldar seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York.

Perguntas provocativas para reforçar acusações

Logo no início de sua fala, Netanyahu apresentou a primeira pergunta:

“Quem grita ‘morte à América’?”
As alternativas incluíam Irã, Hamas, Hezbollah, os Houthis ou “todas as anteriores”. Ele assinalou a opção “e”.

Na sequência, perguntou:

“Quem assassinou americanos e europeus a sangue frio?”
Com as mesmas opções, novamente escolheu “todas as opções acima”.

Com esse formato, o premiê buscou responsabilizar simultaneamente Irã, Hamas e Hezbollah por atos de terrorismo — estratégia que reforça sua narrativa de ameaça múltipla contra Israel e seus aliados.

Defesa militar, críticas e simbologia

Durante o discurso, Netanyahu reiterou que Israel “não será intimado por gestos vazios ou condenações políticas” e defendeu ação militar, afirmando que o Hamas “utiliza civis em Gaza como escudo humano”. Ele também atacou países que, segundo ele, ignoram ou minimizam o terrorismo.

Sem mencionar diretamente os protestos que ocorriam nos arredores da sede da ONU, o premiê fez questão de reafirmar que “os palestinos não acreditam na solução de dois Estados”.

Além disso, usou um broche com QR code acoplado à lapela do terno — o código levava a um site intitulado “Hamas Massacre”, com fotos e vídeos atribuídos às vítimas dos ataques do grupo em 7 de outubro de 2023.

Contexto político e respostas

Na véspera, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, havia feito discurso por vídeo — já que teve seu visto negado pelos EUA — no qual acusou Israel de “genocídio” e “crimes contra a humanidade”, citando bloqueios, bombardeios e expansão de assentamentos. A delegação israelense, aliás, não esteve presente durante essa fala.

A tática de usar quiz, simbolismo visual e insistência em narrativas de culpabilização conjunta reforça a abordagem assertiva da diplomacia israelense frente às críticas internacionais e ao conflito em curso.

Foto: Reprodução/Youtube

Fonte: Poder 360

Por Jornal da República em 27/09/2025
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