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A liberdade de expressão, princípio fundamental em qualquer democracia, tem sido utilizada de maneira estratégica por figuras políticas para se proteger de críticas e investigações. Um exemplo recente envolve integrantes da família Bolsonaro, que frequentemente invocam o direito à livre manifestação como escudo diante de declarações polêmicas, fake news e ataques a instituições.
O uso recorrente da liberdade de expressão por aliados e membros da família do ex-presidente levanta questionamentos sobre o limite entre opinião pessoal e discurso nocivo. Quando acusados de incitar desinformação ou cometer excessos verbais, seus defensores apelam para a ideia de que estão sendo silenciados por forças contrárias à sua ideologia.
Essa postura, no entanto, contrasta com o comportamento desses mesmos agentes públicos quando confrontados com falas de opositores. Muitos deles já defenderam punições severas para críticas dirigidas às Forças Armadas, ao governo ou à fé cristã, revelando um padrão seletivo na defesa do direito à liberdade de expressão.
A situação se agrava quando se observa a rede coordenada de desinformação que atuou em períodos eleitorais, impulsionada por figuras ligadas ao bolsonarismo. Em diversos momentos, as instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral, foram alvos de ataques travestidos de opinião.
Diante disso, o debate sobre os limites da liberdade de expressão ganha força. Juristas e especialistas em comunicação alertam que o direito à fala não pode ser utilizado como licença para propagar ódio, ameaças ou mentiras que comprometam a integridade do regime democrático.
Mais do que nunca, é necessário que o país discuta com seriedade onde termina a liberdade de expressão e onde começa o discurso de desinformação. Afinal, quando esse direito se transforma em privilégio de poucos, ele deixa de ser um pilar da democracia e passa a ser uma ferramenta de dominação.
Fonte: Uol
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