O presente é do Brasil

O presente é do Brasil

Paulo Ciro Mendonça Pedagogo, pós-graduado em Administração Pública, empresário, líder comunitário e policial militar RR

A reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente norte-americano Donald Trump, realizada na Malásia, foi histórica por um motivo que muitos tentam ignorar: foi Trump quem ligou para Lula. Não o contrário. Esse simples gesto já demonstra uma inversão simbólica poderosa. O líder da maior potência do mundo, acostumado a ver chefes de Estado aos seus pés, estendeu a mão ao Brasil. E encontrou, do outro lado da linha, um presidente disposto ao diálogo, mas jamais à submissão. Lula aceitou o encontro com serenidade e firmeza, representando o país com a autoridade de quem fala por uma nação soberana. Sem bajulação, sem piadas, sem o tom servil que marcou outras épocas. Durante a conversa, os temas econômicos dominaram a pauta, mas não se limitaram a ela. Discutiram-se também aspectos políticos e diplomáticos, incluindo as sanções da chamada Lei Magnitsky, que haviam atingido autoridades brasileiras de forma injusta. O presidente não fugiu ao assunto: defendeu nossos representantes, reafirmou a legitimidade das instituições e deixou claro que o Brasil não aceita interferência externa de forma alguma. Nossa soberania é indivisível, inegociável e deve ser respeitada. O resultado foi visível. Trump, conhecido por seu temperamento imprevisível, reconheceu a firmeza e o equilíbrio do presidente brasileiro. A diplomacia venceu onde a arrogância esperava conflito. E mais do que isso: Lula se colocou à disposição para contribuir no diálogo entre Estados Unidos e Venezuela, demonstrando que sua liderança vai além das fronteiras nacionais. Mostrou que o Brasil não fala apenas por si, mas também em nome da paz e da cooperação mundial. Neste 27 de outubro, data em que Lula comemora mais um ano de vida, o verdadeiro presente é do Brasil. O país começa a vencer as barreiras políticas e econômicas que limitavam sua voz no cenário internacional. A reunião na Malásia não encerra um ciclo. Abre um novo capítulo, com novas rodadas diplomáticas já marcadas para tratar das tarifas comerciais. Lula não foi à Malásia para agradar. Foi para reafirmar que o Brasil fala por si. E o mundo, enfim, começa a entender uma lição simples: o mundo respeita quem se respeita.

 

 

Por Jornal da República em 28/10/2025
Aguarde..