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A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira um projeto que altera a forma como as penas são calculadas em crimes contra o Estado Democrático de Direito
A mudança, chamada de dosimetria, afeta diretamente os condenados pelos atos de 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que hoje cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão. A proposta segue agora para o Senado.
O que é dosimetria?
A dosimetria é o cálculo da pena que o juiz faz depois da condenação e antes da execução da pena.
A dosimetria tem três etapas principais:
Hoje, o cálculo das penas desses crimes combina vários artigos do Código Penal, o que faz com que as condenações somem anos de prisão.
Réus sem liderança, sem financiamento e sem violência têm penas altas por causa da soma automática e de regras rígidas de progressão.
O que o PL muda?
O texto altera o Código Penal e a Lei de Execução Penal. Como a regra é mais benéfica, ela retroage e alcança todos os condenados pelos crimes do capítulo do Estado Democrático de Direito. Eis os principais pontos:
1 - Fim da soma direta de penas
Para crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação:
Efeito: queda significativa das penas dos réus do 8 de janeiro.
2 - Redução específica para quem agiu em “contexto de multidão”
Cria o art. 359-V, permitindo reduzir a pena de um terço a dois terços para quem:
Efeito: benefício direto para a maioria dos condenados, que é réu primário.
3 - Progressão de regime mais rápida
O projeto retoma a progressão após cumprimento de um sexto da pena (antes era um quarto).
Efeito: os condenados do 8/1, que não se encaixam nas exceções, terão progressão antecipada.
4 - Remição também para quem cumpre pena em prisão domiciliar
O texto esclarece que trabalho ou estudo reduzem a pena inclusive no regime domiciliar.
Efeito: acelera o tempo de cumprimento para quem cumpre pena fechado ou semiaberto em casa.
O impacto para Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses. Pelo cálculo atual, teria 5 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. Com o novo modelo:
Pelo cenário mais provável, Bolsonaro deixaria a prisão no início de 2029.
Como foi a votação?
O projeto segue para o Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, disse que pretende votar ainda em 2025. O relator será o senador Esperidião Amin (PP-SC).
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