Pedagoga Roberta Zageski é homenageada no Centro Cultural da Justiça Federal por preservar memória dos pracinhas brasileiros

Esposa do TC Menine recebe medalha da Marinha Mercante e destaca importância de resgatar história da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

No Centro Cultural da Justiça Federal no Rio de Janeiro, a pedagoga Roberta Zageski, esposa do Tenente-Coronel Menine, foi homenageada com a medalha da Marinha Mercante pelos veteranos do Brasil, em reconhecimento ao seu trabalho de preservação da memória histórica dos pracinhas brasileiros que participaram da Segunda Guerra Mundial. Durante a cerimônia, ela enfatizou a importância fundamental de manter viva a história nacional para as futuras gerações, alertando que "o povo sem memória é um povo sem história".

A homenageada destacou o papel crucial que o Brasil desempenhou durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente através da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Roberta Zageski ressaltou que muitos jovens desconhecem a contribuição brasileira no conflito mundial e a necessidade urgente de trabalhar essa consciência histórica desde a infância. "Temos que resgatar a história do nosso país, mostrar para a juventude, mostrar para as crianças, começar a trabalhar desde pequeno na cabeça das pessoas", declarou a pedagoga durante a entrevista.

O trabalho de preservação histórica desenvolvido por Roberta Zageski tem como base o Complexo dos Fortes em Niterói, onde está localizado o 21º Grupo de Artilharia. Este quartel possui significado histórico especial, pois foi de onde partiram os primeiros expedicionários brasileiros para a Segunda Guerra Mundial. "Ele foi o primeiro quartel do qual levaram o pessoal para a Segunda Guerra e lá foi o primeiro tiro", explicou Roberta, destacando a importância estratégica da unidade militar niteroiense.

A pedagoga revelou que o complexo abriga testemunhos vivos da participação brasileira no conflito mundial, incluindo uma viúva de um dos sargentos de navios que foram torpediados durante a guerra. Essa conexão direta com os eventos históricos torna o local ainda mais significativo para a preservação da memória nacional. "Temos o pracinha porque hoje a gente já está perdendo eles, infelizmente", lamentou Roberta Zageski, referindo-se ao falecimento dos últimos veteranos da FEB.

A urgência em preservar essas memórias se intensifica com o passar do tempo, já que os últimos pracinhas brasileiros estão em idade avançada. Roberta enfatizou que o objetivo principal de seu trabalho é evitar que a história se perca com o desaparecimento desses veteranos. O 21º Grupo de Artilharia representa um marco histórico por ter sido o ponto de partida do primeiro tiro da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Durante a entrevista, foi destacada a importância educacional de compreender que a democracia e os direitos atuais foram conquistados através do sacrifício de gerações anteriores. "Se hoje a gente vive num estado democrático de direito, que se a gente vive num país que respeita um ao outro, sem distinção de raça, cor e coisas assim, é porque teve pessoas no passado que lutaram para isso", observou o entrevistador, complementando a fala da homenageada.

Roberta Zageski concordou plenamente com essa perspectiva, afirmando que "essa liberdade que a gente tem hoje, que muitas pessoas podem achar pouco, foi conquistada com suor e sangue". A pedagoga vê na educação histórica uma ferramenta fundamental para que as novas gerações compreendam o valor da democracia e dos direitos humanos conquistados através da luta contra regimes totalitários como o nazismo e o fascismo.

Como parte de seu trabalho de divulgação histórica, Roberta está promovendo uma nova campanha para atrair mais visitantes ao Complexo dos Fortes em Niterói. O objetivo é ampliar o conhecimento da população sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial e a importância histórica da região. A iniciativa busca transformar o local em um centro de referência para a educação histórica no estado do Rio de Janeiro.

A medalha da Marinha Mercante recebida por Roberta Zageski representa o reconhecimento oficial de seu trabalho incansável na preservação da memória dos heróis brasileiros. A homenagem no Centro Cultural da Justiça Federal simboliza a importância que as instituições públicas atribuem à manutenção da memória histórica nacional. O evento reuniu veteranos, familiares e autoridades comprometidas com a preservação da história militar brasileira.

A pedagoga aproveitou a ocasião para fazer um convite aberto à população para conhecer o 21º Grupo de Artilharia e o Complexo dos Fortes em Niterói. Ela acredita que a visitação presencial é fundamental para que as pessoas compreendam a dimensão real da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial. O local oferece uma experiência educativa única, permitindo que visitantes tenham contato direto com a história nacional.

Ao final da entrevista, Roberta Zageski reforçou sua mensagem principal direcionada à juventude: "Vamos firme na história que o país sem história é um país sem memória. E o país sem memória é um país sem história". Essa frase resume perfeitamente o propósito de seu trabalho educacional e a importância de manter viva a memória dos pracinhas brasileiros para as futuras gerações.

Repórter Ralph Lichotti - Advogado e Jornalista, Editor do Ultima Hora Online e Jornal da República, Foi Sócio Diretor do Jornal O Fluminense e acionista majoritário do Tribuna da Imprensa, Secretário Geral da Associação Nacional, Internacional de Imprensa - ANI, Ex- Secretário Municipal de Receita de Itaperuna-RJ, Ex-Presidente da Comissão de Sindicância e Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - MTb 31.335/RJ

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