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(Folhapress) — A Polícia Federal faz, na manhã desta quarta-feira (25), uma operação contra um esquema de corrupção e vazamento de informações sigilosas envolvendo agentes públicos e particulares. Segundo a PF, as apurações indicam que os investigados atuavam para favorecer ilegalmente pessoas investigadas em inquéritos criminais, mediante o pagamento de vantagens indevidas.
Entre os crimes apurados estão o arquivamento irregular de procedimentos policiais, o repasse clandestino de informações protegidas por sigilo e a intermediação ilícita e apresentação de documentos falsos para a restituição de bens apreendidos.
São cumpridos três mandados de prisão preventiva e nove mandados de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pela Justiça de São Paulo. Um dos alvos dos mandados de prisão é o piloto Roberval Andrade, que já foi campeão na Fórmula Truck , em 2002 e 2010, e na Copa Truck, em 2018. Ele é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.

Piloto Roberval Andrade já foi campeão na Fórmula Truck. (Foto: Reprodução/Instagram)
Os outros dois são os investigadores da Polícia Civil de São Paulo. Um deles é Sérgio Ribeiro, investigador de 1ª Classe do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). O outro é Marcelo Marques de Souza, conhecido como “Bombom”, do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), preso desde o ano passado.
Três dos alvos dos mandados de busca e apreensão são o advogado Anderson Domingues, conhecido por fazer a defesa de lideranças do PCC, como o traficante André do Rap; o empresário Rogério Giménez; e o contador Júlio Mocarzel.
Um dos episódios investigados envolve a tentativa de restituição de um helicóptero de luxo, fato que deu origem ao nome da operação. A aeronave foi bloqueada pela Justiça junto a outros bens e recursos que podem somar R$ 12 milhões. Também foram apreendidos dinheiro e armas como fuzil e pistolas.

Helicóptero de luxo apreendido na operação. (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Operação da PF
A operação, batizada de Augusta, é realizada em conjunto com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo e conta com o apoio da Polícia Militar e da Corregedoria da Polícia Civil.

Dinheiro apreendido em operação que teve piloto de Fórmula Truck como alvo. (Foto: Divulgação/PF)
Os investigados vão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário e advocacia administrativa. As investigações seguem em andamento sob sigilo. Os mandados estão sendo cumpridos na capital paulista, Região Metropolitana de São Paulo e em Praia Grande.
A operação é um desdobramento da Tácitus, deflagrada em dezembro contra policiais suspeitos de integrarem um esquema que envolve manipulação e vazamento de investigações a criminosos, venda de proteção e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital.
Parte dos alvos havia sido delatada pelo corretor de imóveis Antonio Vinicius Gritzbach, executado em novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo. Entre os indiciados, havia dois delegados, agentes da Polícia Civil de São Paulo, um advogado e traficantes.
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