Professora é presa por amarrar criança autista em banheiro de escola

Flagrante de tortura: menino autista encontrado amarrado em escola municipal

Professora é presa por amarrar criança autista em banheiro de escola

Educadora confessou ter contido menino de 4 anos porque estava "muito agitado"

Uma professora foi presa em flagrante por tortura após amarrar um menino de 4 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) dentro do banheiro de uma escola municipal em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. O caso, que chocou a comunidade local, expõe falhas graves no sistema educacional inclusivo e levanta questionamentos sobre o despreparo de profissionais para lidar com crianças com deficiência. A situação ganhou repercussão nacional e já mobiliza autoridades federais para investigação e criação de protocolos de proteção.

Criança foi encontrada amarrada com tiras de tecido

A criança não verbal foi descoberta sozinha no banheiro da escola, com pulsos e cintura presos por tiras de tecido a uma cadeira. A Guarda Municipal atendeu a ocorrência após denúncia anônima na segunda-feira (7). Segundo os agentes, o ambiente onde o menino estava era frio e isolado, agravando ainda mais a situação de vulnerabilidade. A professora, ao ser confrontada, confessou ter amarrado a criança alegando que ela estava "muito agitado", demonstrando total desconhecimento sobre métodos adequados de manejo comportamental para crianças com TEA.

Histórico de maus-tratos pode ter se estendido por meses

Os pais da criança revelaram que, embora o filho estude na escola há quase três anos, nos últimos meses os relatos de mau comportamento por parte da equipe escolar se intensificaram. Após a denúncia, a família recebeu vídeos que mostram outras situações semelhantes de contenção inadequada. Em uma das gravações, registrada dias antes do flagrante, o menino aparece amarrado enquanto uma pessoa segura a mamadeira para alimentá-lo, evidenciando que a prática abusiva não foi um caso isolado, mas possivelmente uma rotina estabelecida na instituição.

Senador Romário mobiliza autoridades federais para investigação

O caso ganhou dimensão nacional quando o senador Romário (PL-RJ) enviou ofícios ao Ministério da Educação, ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e à Procuradoria-Geral da República. O parlamentar solicitou apuração rigorosa e a criação de protocolos claros de conduta nas escolas, enfatizando que "casos como o dessa criança no Paraná demonstram que ainda há muito a ser feito em termos de regulamentação, conscientização e treinamento". A mobilização federal indica que o episódio pode resultar em mudanças estruturais no sistema educacional inclusivo brasileiro.

Escola suspende aulas e autoridades investigam responsabilidades

A unidade escolar suspendeu as atividades na terça-feira (8) e informou estar colaborando com as investigações. A professora passou por audiência de custódia, permanecendo em silêncio durante o depoimento. A pedagoga da escola, apontada como quem teria autorizado a conduta, foi conduzida à delegacia, mas foi liberada posteriormente. O Conselho Tutelar acompanha o caso, enquanto a Polícia Civil investiga a extensão dos maus-tratos e possível envolvimento de outros funcionários da instituição educacional.

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Por Jornal da República em 11/07/2025
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