QUEM PAGA O PATO QUAQUÁ? Maricá tem mais fantasmas que casa mal-assombrada: Rainha e filha de cineasta mamam nos cofres públicos!

UNIVERSIDADE DO ABSURDO: Projeto inexistente paga R$ 11 mil pra rainha de bateria

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Salário de Ministro para sambar no Camarote do Quaquá? A farra dos R$ 11 mil da rainha da Mangueira em Maricá

Nos preparativos do Carnaval, o que voltou a repercutir em fevereiro deste ano foi o puxadinho da rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos, na Prefeitura de Maricá. Lotada desde setembro de 2023 no Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), a beldade tem salário bruto de R$ 11.681,35. 

A reportagem publicada pelo jornal Extra neste 8 de fevereiro traz a resposta dada pela Prefeitura de Maricá sobre as supostas alegações de que Evelyn seria funcionária fantasma. O governo de Quaquá disse que a rainha da Verde e Rosa trabalha no desenvolvimento da Universidade Livre do Carnaval, mas o projeto é do atual governo e foi lançado em janeiro deste ano. Na publicação, chamam a beldade de "uma das reitoras da faculdade", que, diga-se de passagem, não existe, pois para existir, é preciso enviar um projeto de Lei para a Câmara Municipal aprovar. Sobre o papel desempenhado por Evelyn nos 13 meses anteriores em que esteve lotada no ICTIM, nada foi explicado

De acordo com o Extra, Maricá informou que a servidora — que é também musa do camarote Favela, na Sapucaí, cujo dono é o próprio prefeito Washington Quaquá — possui carga de 40 horas semanais (presencial e à distância) no Instituto. A nota diz ainda que Evelyn pediu licença sem vencimentos das suas atividades em fevereiro e março, devido aos compromissos relacionados ao Carnaval e aos desfiles das escolas de samba.

Uma fonte do ICTIM entrou em contato com o nosso portal e disse que a resposta não condiz com a verdade.

"Por ser amiga do Quaquá, Evelyn pode 'trabalhar' uma vez por mês. É o real sentido de trabalhar à distância, porque no ICTIM ela pisou raras vezes. O que a Evelyn tem é um dos maiores salários do Instituto, enquanto os reles mortais que não puxam saco trabalham todo santo dia. O presidente do ICTIM, Claudio Gimenes, sabe disso tudo e acoberta pra não ficar mal na cúpula e se manter no cargo".

Em 2024, o site Tempo Real RJ já havia denunciado a suposta funcionária fantasma e a Prefeitura de Maricá não se pronunciou a respeito. Conforme consta no Portal da Transparência, à época, Evelyn recebeu integralmente seu salário, inclusive no período do Carnaval, portanto não houve afastamento para as atividades carnavalescas.

https://temporealrj.com/rainha-de-bateria-da-mangueira-recebe-salario-da-prefeitura-de-marica/


Outra 'celebridade' também trabalha no ICTIM

A fonte que trabalha no ICTIM disse ainda que Evelyn não é a única que tem privilégios. Outra 'celebridade', segundo a fonte, só trabalha uma vez por semana. Trata-se da bolsista Ana Rosa Barreto Campello Tendler, filha do cineasta Silvio Tendler, que ganha R$ 7.000,00 mensalmente desde 2022, segundo consta no próprio Jornal Oficial de Maricá.

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"Essa diz mesmo para todos que só pode vir a Maricá uma vez por semana, porque mora na Zona Sul e determinou que é às quintas. Isso quando ela vem. E eu sei porque estou lá todos os dias. Mas como é filha de artista, tem regime diferenciado e, claro, ganhos bem robustos", disse com indignação.

A bolsista, segundo a fonte, está lotada na Diretoria de Inovação Científica do ICTIM, pasta que o atual presidente, Claudio Gimenes, era diretor anteriormente. No site do instituto, consta que hoje o diretor é Ciro Valério Torres da Silva, amigo de juventude do prefeito Quaquá.

O portal foi atrás de mais informações e, de acordo com as redes da própria Ana Tendler, ela trabalha no projeto Maricá Filmes, uma plataforma de streaming da Prefeitura. Mas o que chama atenção é que a descrição da bolsa trata de "perspectivas e soluções no acesso a alimentos no município de Maricá por meio do projeto bem viver alimentar". O projeto em si propõe ações para uma alimentação mais saudável no município.

O portal ficou sem entender se Ana Tendler cuida de audiovisual ou de alimentação saudável. Vocês conseguiram?

Vamos desdobrar os principais pontos:

1. Caso Evelyn Bastos: Rainha de Bateria da Mangueira

  • Contexto: Evelyn foi contratada em setembro de 2023 pelo ICTIM (Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá) com salário bruto de R$ 11.681,35 (um dos mais altos do instituto).
  • Denúncia: Funcionários do ICTIM afirmam que ela raramente comparece ao trabalho ("pisou raras vezes") e teria um regime especial por ser amiga do prefeito Quaquá. Apesar da carga horária declarada de 40 horas semanais, relatos internos indicam que ela "trabalha" uma vez por mês.
  • Defesa da Prefeitura: Alegam que ela atua no projeto "Universidade Livre do Carnaval", lançado em janeiro de 2024 (ou seja, quatro meses após sua contratação). O projeto ainda não existe legalmente, pois depende de aprovação pela Câmara Municipal.
  • Inconsistências:
    • O projeto mencionado foi criado após sua contratação.
    • Evelyn pediu licença sem vencimentos em fevereiro/março para o Carnaval, mas recebeu salário integral nesse período (segundo o Portal da Transparência).
    • Não há explicação sobre suas atividades nos 13 meses anteriores à criação do projeto.

2. Caso Ana Tendler: Bolsista Privilegiada?

  • Perfil: Ana Rosa Barreto Campello Tendler é filha do cineasta Silvio Tendler e recebe R$ 7.000/mês desde 2022 como bolsista no ICTIM.
  • Denúncia: Funcionários afirmam que ela só trabalha às quintas-feiras (quando comparece) por morar na Zona Sul do Rio e ter um "regime diferenciado". Está lotada na Diretoria de Inovação Científica.
  • Inconsistências:
    • Seu suposto trabalho está vinculado ao projeto "Bem Viver Alimentar" (focado em alimentação saudável), mas suas redes sociais indicam atuação no Maricá Filmes (plataforma de streaming da prefeitura).
    • Não está claro como suas atividades se relacionam com a descrição formal da bolsa ou com sua formação/experiência.

3. Padrão de Nepotismo e Falta de Transparência

  • Conexões Políticas: Ambos os casos envolvem pessoas ligadas à elite cultural ou política:
    • Evelyn é musa do camarote Favela, pertencente ao prefeito Quaquá.
    • O diretor do ICTIM, Ciro Valério Torres da Silva, é amigo de juventude do prefeito.
    • Ana Tendler é filha de um artista conhecido e parece usufruir de flexibilidade incomum para um cargo público.
  • Funcionários Fantasmas?: As denúncias sugerem que há beneficiários de altos salários sem comprovação de trabalho efetivo, enquanto outros funcionários ("reles mortais") cumprem jornadas rigorosas.
  • Silêncio da Prefeitura: A administração não se pronunciou sobre as denúncias anteriores publicadas pelo Tempo Real RJ em 2024 e ofereceu justificativas vagas ou contraditórias.

4. A Relevância Pública

  • Uso de Recursos Municipais: Os salários altos contrastam com serviços públicos precários em muitas cidades brasileiras.
  • Legalidade:
    • Projetos como a "Universidade Livre do Carnaval" precisariam ser formalizados via lei municipal.
    • A ausência de prestação de contas claras sobre as atividades dos funcionários pode configurar má gestão ou desvio de finalidade.
  • Transparência: Dados do Portal da Transparência confirmam pagamentos mesmo durante alegados afastamentos.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Embora o Prefeito Quaquá pareça achar que o dinheiro do Royalties de Maricá pode resolver tudo, um simples processo de Improbidade um dia pode o derrubar, e os casos descobertos, parecem ser apenas um dos milhares de cargos fantasmas nas prefeituras, há relatos que dirigentes do PT e partidos de esquerda de todo o estado, de Norte a Sul, de Bom Jesus a Mangaratiba, já receberam como servidores da Prefeitura de Maricá sem nunca ter pisado lá, e apontam para um possível esquema de favorecimento pessoal na Prefeitura de Maricá, com contratos privilegiados para figuras próximas ao prefeito Quaquá e falta de transparência nas justificativas das funções desempenhadas.

SE PASSAR O PENTE FINO NA FOLHA DOS ÚLTIMOS 12 ANOS COMPLICA

Enquanto as defesas institucionais parecem frágeis ou inconsistentes (como vincular uma rainha de bateria a um projeto universitário inexistente?), as denúncias internas reforçam suspeitas já ventiladas pela imprensa local.

A situação exige investigação aprofundada pelo Ministério Público ou órgãos de controle externo (como o Tribunal de Contas), especialmente sobre:

  1. Compatibilidade entre salários e carga horária real;
  2. Legalidade dos projetos citados;
  3. Conexões entre nomeações e relações pessoais/políticas.
  4. Local de Moradia dos Servidores de Maricá

Enquanto isso, os contribuintes pagam por salários que parecem servir mais a interesses privados que ao bem público.

Por Jornal da República em 09/02/2025
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