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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ampliou sua articulação política para viabilizar um projeto de anistia ampla e irrestrita aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Entretanto, a proposta enfrenta forte resistência dentro do Centrão e esbarra em barreiras constitucionais, além de riscos políticos, jurídicos e eleitorais.
Os atores e os interesses
Tarcísio emergiu como um dos principais defensores da anistia, realizando encontros com líderes de partidos como PL, União Brasil, Republicanos e PP, além de articulações com figuras influentes do Centrão.
A proposta, defendida pelo bolsonarismo, busca perdão para condenados pelos ataques golpistas aos Três Poderes, com expectativa de que isso contribua para fortalecer a aliança da direita. Há sugestões mais moderadas no debate, como revisar penas ou impedir somas de condenações.
Barreiras políticas e jurídicas
Centrão dividido: apesar de haver apoio em siglas importantes, uma ala significativa demonstra receio com o custo político de prosseguir com o projeto. Parlamentares avaliam que ele pode ser uma “vitória de Pirro” – ou seja, trazer mais desgaste do que benefícios.
Constituição e STF: Senadores e juristas advertiram que a anistia proposta pode violar dispositivos constitucionais, especialmente se incluídas pessoas condenadas por crimes graves, como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado já manifestou oposição.
Senado, veto e eleições: Mesmo que haja aprovação na Câmara, o texto corre o risco de não ir adiante no Senado, ser vetado pelo presidente Lula ou ter sua constitucionalidade questionada no Supremo. O contexto eleitoral de 2026 também complica, pois votações polêmicas em ano eleitoral tendem a gerar desgaste para deputados.
Movimentações recentes
Na semana do julgamento de Bolsonaro no STF, Tarcísio teve encontros decisivos em Brasília, inclusive com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para pressionar pela pauta.
No entanto, diante da falta de clareza sobre prazos e do aumento da resistência, o governador cancelou uma viagem a Brasília que serviria para reforçar articulações em favor da causa. Fontes ligadas ao governo alegam que já foram esgotados os espaços possíveis de negociação.
Prognóstico e riscos eleitorais
A medida de anistia aparece também como parte de estratégia eleitoral de Tarcísio: consolidar sua imagem junto à base bolsonarista, garantir apoio partidário e visibilidade nacional para 2026.
Mas os desafios são muitos: consolidar maioria parlamentar, evitar conflito com o Judiciário, minimizar o desgaste público e das siglas envolvidas, e lidar com o fato de que muitos veem a proposta como inconstitucional ou impraticável. Qualquer erro no caminho pode gerar repercussões negativas não só para o governador, mas para toda a base que o apoia.
Foto: Brasil247
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