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A proposta oficial das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói para sediar os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de 2031 foi apresentada nesta quinta-feira (1º) e entregue à Organização Desportiva Pan-Americana (Panam Sports).
A informação é do jornal O Globo, que teve acesso ao dossiê detalhado da candidatura, com mais de 400 páginas. O documento apresenta um plano ambicioso que combina legado olímpico, mobilidade urbana e impacto econômico, com estimativa de R$ 3,8 bilhões em investimentos — valores que não incluem os projetos de infraestrutura urbana previstos paralelamente.
Entre os principais destaques está a construção da Vila Pan-Americana na região portuária do Rio, em um conjunto de sete torres residenciais com 2.083 apartamentos, planejados para abrigar 7.500 atletas e 2.800 membros de comissões técnicas. Além disso, a proposta estabelece que nenhum centro de competição ficará a mais de 40 minutos da vila, com exceção das partidas de futebol, que acontecerão também em outras capitais brasileiras: Belo Horizonte (Mineirão), Brasília (Mané Garrincha), Salvador (Arena Fonte Nova) e São Paulo (Arena Itaquera).
Outra novidade de impacto é o percurso da maratona, que está previsto para começar no Caminho Niemeyer, em Niterói, atravessar a Ponte Rio-Niterói e terminar na Praia de Copacabana. O projeto propõe ainda a ampliação da capacidade do Estádio Nilton Santos, que será sede do atletismo, dos atuais 45 mil para 60 mil lugares, com o uso de estruturas provisórias.
As competições serão distribuídas por cinco grandes zonas: Barra da Tijuca, Copacabana, Deodoro, Porto Maravilha e Niterói. Boa parte das arenas utilizadas nos Jogos Olímpicos de 2016 será reaproveitada, o que reduz custos e reforça a sustentabilidade do projeto.
Além do investimento esportivo, o plano inclui obras de mobilidade e revitalização urbana, como a conclusão do primeiro trecho do VLT de Niterói (ligando o Barreto ao Centro), a transformação dos corredores Transcarioca e Transoeste em linhas de VLT e a tão esperada construção da Linha 3 do Metrô, que conectaria Rio, Niterói e São Gonçalo — embora essas intervenções não estejam incluídas no orçamento total previsto para o Pan.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, destacou a experiência adquirida pela cidade com os Jogos Olímpicos de 2016 e defendeu a proposta como um projeto continental. “A nossa experiência na organização de Jogos Olímpicos e Paralímpicos, com certeza, nos ajuda. Mas também queremos aprender com todas as nações das Américas, ouvir sugestões e partilhar conhecimentos. Dessa maneira, organizaremos Jogos grandiosos não só para os cariocas, para o povo brasileiro, mas também para todos no continente”, afirmou.
A disputa pela sede de 2031 será travada com Assunção, capital do Paraguai. O colégio eleitoral da Panam Sports é composto por 41 Comitês Olímpicos Nacionais, mas o total de votos é de 53, pois países que já sediaram edições anteriores têm direito a dois votos.
O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, reforçou o apoio à candidatura e o papel estratégico do evento. “O Movimento Olímpico Brasileiro já havia referendado essa candidatura. Iniciamos uma gestão que trabalha para ajudar a transformar o Brasil numa Nação Esportiva, onde a prática esportiva esteja cada vez mais enraizada na sociedade. E ter grandes eventos em nosso país só reforça isso. Temos certeza que Rio e Niterói farão uma grande edição de Pan e o COB dará todo seu apoio para que a candidatura seja escolhida”, declarou.
Nos próximos meses, a campanha internacional será intensificada para conquistar os votos decisivos e consolidar o retorno do Brasil ao centro do calendário esportivo das Américas.
Via Agenda do poder
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