‘A fé, o respeito e o amor não têm partido político. Quando cuidar do povo é o propósito dos governantes, Deus abençoa e capacita’, diz Lula em evento gospel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um evento gospel no Palácio do Planalto, onde recebeu uma oração e uma bênção conduzidas pelo deputado federal e pastor Otoni de Paula. A cena, registrada em vídeo e divulgada nas redes sociais, simbolizou um gesto de aproximação entre o governo federal e setores do público evangélico.

Durante o encontro, Lula destacou que a fé não deve ser instrumento de divisão política. Em declaração feita no evento, afirmou que a fé, o respeito e o amor não pertencem a partidos ou ideologias e que, quando o cuidado com a população é o verdadeiro propósito dos governantes, há bênção e capacitação para exercer o poder público.

O ato ocorreu em um momento de sinalização política do governo ao segmento religioso, reforçado por medidas recentes de valorização da cultura gospel como expressão cultural no país. A iniciativa foi interpretada como uma tentativa de ampliar o diálogo institucional com lideranças evangélicas, historicamente mais distantes do campo político do presidente.

Otoni de Paula, que no passado esteve alinhado ao bolsonarismo, tem adotado um discurso de distanciamento da polarização política. No evento, defendeu que a igreja não deve ser associada automaticamente a espectros ideológicos e ressaltou que a oração teve caráter espiritual, não partidário.

A presença do parlamentar no Planalto e a condução pública da bênção provocaram reações distintas. Enquanto aliados do governo enxergaram o gesto como um sinal de respeito à diversidade religiosa do país, críticos apontaram contradições entre o Estado laico e manifestações religiosas em espaços institucionais.

Ainda assim, o governo avalia que o diálogo com diferentes segmentos da sociedade, incluindo o religioso, é fundamental para reduzir tensões políticas e fortalecer a governabilidade. O evento gospel no Planalto passa a integrar esse esforço de aproximação em um cenário de permanente polarização no país.

 

Fonte: Veja