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A atuação do vereador Greg Duarte (PL), em Angra dos Reis, tem gerado forte repercussão entre eleitores e cidadãos do município. Cabo da Polícia Militar licenciado e figura conhecida nas redes sociais, Greg é acusado de adotar posturas políticas opostas àquelas que defendia quando atuava como influenciador digital. O parlamentar vem sendo criticado por comportamentos considerados contraditórios, omissões no exercício do cargo e por supostamente utilizar o mandato de forma midiática.
Duarte ficou conhecido por denunciar, em seus perfis na internet, supostos abusos de autoridades, servidores públicos e práticas da gestão municipal. Contudo, desde que assumiu a cadeira na Câmara Municipal, sua atuação parlamentar tem sido questionada por eleitores e especialistas locais. Internautas apontam que ele tem reproduzido justamente o tipo de conduta que criticava, como a participação em viagens oficiais pagas com dinheiro público, uso estratégico das redes sociais e ausência de posicionamentos relevantes nas sessões legislativas.
Um dos episódios que mais gerou indignação ocorreu após a aprovação do aumento do teto de gastos com viagens para cursos de vereadores. Apesar de ter criticado essa prática antes de ser eleito, Greg não apenas votou a favor da medida como também se beneficiou dela para participar de um curso em Recife (PE). Durante o período, publicou fotos em momentos de lazer em praias da região, sem divulgar registros ou resultados do curso, custeado com recursos públicos.
Outro ponto que chama atenção são suas ações — ou a ausência delas — em relação a problemas da própria região onde reside, a Ponta Leste. A área, inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoios, sofre com construções irregulares e turismo desordenado. Segundo relatos, mesmo morando na região e presenciando irregularidades como a atuação de embarcações turísticas proibidas por lei municipal e decisão da Justiça Federal, Greg não teria tomado providências.
No último domingo, o vereador foi flagrado por moradores em um bar localizado sobre uma servidão pública, com mesas na faixa de areia e suposto despejo irregular de esgoto — irregularidades já registradas anteriormente por órgãos federais. Moradores alegam que Greg teria sido alertado sobre as infrações, mas não agiu.
Além disso, cidadãos relatam que Greg não tem apresentado propostas legislativas significativas e pouco participa dos debates na Câmara. De acordo com informações internas, seus discursos seriam preparados unicamente para gerar conteúdo em vídeo nas redes sociais, com pouca consistência técnica ou conhecimento do regimento interno.
A trajetória do parlamentar também foi marcada por polêmicas anteriores ao mandato. Entre elas, estão episódios como abordagens consideradas abusivas, exposição indevida de filhos menores durante sessões da Câmara e conflitos judiciais relacionados a suas condutas como ativista político.
Apesar das críticas, Greg já articula sua pré-candidatura a deputado estadual, embora enfrente resistência dentro de seu próprio partido, que, segundo fontes, não teria intenção de ceder-lhe espaço para a disputa.
A crescente frustração de eleitores levanta o debate sobre a diferença entre a figura pública apresentada nas redes sociais e a prática política real. Para analistas locais, o caso de Greg Duarte evidencia os riscos da personalização da política por meio do ambiente digital e a importância da fiscalização contínua por parte da população.
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