CEDAE: Sindicato dos trabalhadores da empresa realiza paralisação de advertência de 24h

O Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento e Meio Ambiente (SINTSAMA) realiza na quinta-feira, dia 9, uma paralisação de advertência por 24h da categoria. O objetivo é o de cobrar o acordo coletivo dos trabalhadores da CEDAE que se encontra em atraso há mais de dois anos, além de pedir maior transparência dos descontos concedidos para as concessionárias, prejudicando diretamente a empresa.

De acordo com Vitor Duque, presidente do sindicato, o governo do estado negar que não cometeu erro no edital de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), defendendo que o acordo que pode chegar a R$ 600 milhões por ano com a concessionária Águas do Rio ter sido uma posição técnica para proteger os consumidores, é no mínimo uma grande covardia.

- É muito estranho que em apenas um dia esse acordo fosse aprovado pela diretoria da empresa. O governo está desesperado tentando mostrar que a responsabilidade não é dele e empurrar para a Cedae esse pepino. Não tem cabimento algum a  CEDAE aplicar uma redução de 24,13% nas faturas dos blocos 1 e 4 onde ela seria a principal prejudicada, inviabilizando seu funcionamento, conforme uma análise feita pela a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (AGERNESA); e mesmo que a Cedae fosse a responsável pelos dados errados, ela não obteria nenhuma vantagem, já que quem foi o favorecido foi o estado com a outorga de recursos hídricos - explicou Vitor.

O presidente informou ainda que na época da concessão, o BNDES fez uma modelagem através de um estudo da empresa que alcançou um valor de mais de R$ 20 bilhões, que só foi possível pelo fato da instituição ter tido acesso às informações fidedignas dos cadastrados e das redes de esgotos da empresa. Ele afirma também que muitas irregularidades foram encontradas na decisão, inclusive pelos próprios técnicos da CEDAE que contestaram a decisão da diretoria executiva.

- Diante disso o Sintsama como acionista minoritário, irá convocar uma reunião com os demais acionistas minoritários para ingressar com uma ação civil pública e solicitar uma perícia, para identificar o dimensionamento realizado pelo BNDES e apontado pela Águas do Rio e prontamente atendido pela Agenersa, está errado, pois caso haja algum erro, mas esteja dentro da margem do edital não há qualquer direito de desconto por parte dos blocos 1 e 4, pertencentes a Águas do Rio, bem como dos blocos 2 e 3 pertencem a Igua e Rio + saneamento e, caso estejam fora da margem prevista no próprio edital, e houver algum fator de desequilíbrio, que ele seja pago pelo poder concedente, ou seja, o governo do Estado que é o responsável legal desta operação-disse.