Centro do Rio recebe ato antifascista enquanto Copacabana pede anistia a Bolsonaro

31º Grito dos Excluídos reúne movimentos sociais e parlamentares contra projeto de perdão aos golpistas de 8 de janeiro

Centro do Rio recebe ato antifascista enquanto Copacabana pede anistia a Bolsonaro

Esquerda se mobiliza no Centro e exige prisão de Bolsonaro em contraponto aos atos pró-anistia

Enquanto milhares de bolsonaristas ocupavam a orla de Copacabana neste domingo (7) para defender a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o Centro do Rio de Janeiro foi palco de uma manifestação de teor completamente oposto.

O 31º Grito dos Excluídos e das Excluídas reuniu movimentos sociais, lideranças políticas de esquerda e ativistas em defesa da democracia, pedindo a prisão do ex-mandatário e rejeitando qualquer possibilidade de perdão aos responsáveis pela tentativa de golpe.

O evento ganhou contornos ainda mais significativos por coincidir com a semana em que Bolsonaro será julgado pelo Supremo Tribunal Federal, momento histórico que marca o avanço das investigações sobre os ataques às instituições democráticas. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) destacou a importância deste período para a consolidação do Estado de Direito no país.

"Pela primeira vez na história do Brasil, militares de alta patente começam a ser punidos por participação em ataques contra a democracia. Esse é um marco fundamental para mostrar que ninguém está acima da lei", declarou a parlamentar, enfatizando o caráter inédito da responsabilização de autoridades militares por crimes contra a ordem constitucional.

Marina do MST, líder do PT na Assembleia Legislativa, aproveitou o ato para fazer críticas contundentes ao papel do agronegócio no cenário político nacional, classificando o setor como força de desestabilização democrática. A deputada defendeu a reforma agrária como alternativa fundamental para combater a fome e garantir soberania alimentar ao país.

"É muito importante que o Grito dos Excluídos faça a denúncia do agronegócio golpista no Brasil e defenda a bandeira da reforma agrária como forma de produzir alimentos e combater a fome, garantindo comida para todo o povo brasileiro", afirmou Marina, que também prestou homenagem ao cineasta Silvio Tendler, cujo velório ocorreu na manhã do mesmo domingo.

O deputado federal Henrique Vieira (PSOL) trouxe para o debate a memória histórica da ditadura militar, estabelecendo paralelos entre os crimes do passado e os ataques recentes à democracia. "Eu lembro agora daqueles e daquelas que lutaram, que tombaram, que foram torturados e torturadas na ditadura militar, que deram seu suor, seus corpos e seu sangue para nós resgatarmos a democracia nesse país", declarou o parlamentar, ressaltando a importância da semana em que Bolsonaro enfrentará julgamento no STF. Sua fala ecoou o sentimento de que a defesa da democracia exige vigilância constante e que os sacrifícios do passado não podem ser esquecidos.

A deputada federal Benedita da Silva (PT) encerrou as manifestações destacando a unidade da esquerda e a necessidade urgente de fortalecer a presença progressista no Congresso Nacional nas eleições de 2026.

"Nós estamos demonstrando que é importante termos aqui a unidade da esquerda, os movimentos sociais e também os democráticos independentes que defendem a soberania do Brasil. Temos que renovar esse Congresso marcado pelo fascismo, machismo, racismo e homofobia", afirmou a veterana parlamentar.

O evento também abordou temas como preservação de empresas públicas, regulamentação de setores econômicos e solidariedade ao povo palestino, demonstrando a amplitude das pautas defendidas pelos manifestantes em contraposição aos atos pró-Bolsonaro realizados simultaneamente na Zona Sul carioca.


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Por Jornal da República em 08/09/2025
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