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A jornalista e influenciadora Ana Paula Renault viralizou nas redes sociais com um vídeo em que dispara críticas contundentes contra a composição socioeconômica da Câmara dos Deputados e sua atuação em pautas de interesse das classes mais abastadas do país. No vídeo, Renault questiona quem, de fato, representa o povo dentro do Congresso Nacional — e a resposta, segundo ela, é alarmante.
Com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) e do IBGE, a análise de suas declarações revela que grande parte de suas afirmações encontra respaldo em números oficiais.
Deputados entre os mais ricos do país
Renault afirma que 93% dos deputados estão entre os 10% mais ricos do Brasil. Apesar de parecer exagerado, o dado se sustenta: segundo o DIAP e os dados de renda do IBGE, basta receber acima de R$ 8,6 mil mensais para estar nesse seleto grupo — e o salário-base de um deputado federal é de R$ 41,6 mil.
A jornalista vai além e diz que 18% dos parlamentares são “super ricos”, com patrimônio acima de R$ 50 milhões. Embora o número oficial gire em torno de 10% dos eleitos em 2022, segundo declarações ao TSE, a presença de deputados com fortunas que ultrapassam os R$ 500 milhões, como é o caso de Augusto Carvalho (Solidariedade-DF), confirma que a elite econômica está fortemente representada.
Conexões com o empresariado e o agronegócio
Outro ponto destacado por Renault é que mais da metade dos deputados federais tem vínculos com setores empresariais, como redes de farmácia, construtoras e grandes propriedades rurais. De acordo com relatório do DIAP, ao menos 55% dos parlamentares se enquadram nesse perfil.
Esse cenário alimenta a crítica central do vídeo: o Congresso estaria mais empenhado em aprovar pautas favoráveis à elite do que em garantir direitos e benefícios à população de baixa renda.
Privilégios para poucos, demora para muitos
No vídeo, Renault cita exemplos de projetos que beneficiam os mais ricos e que foram aprovados em tempo recorde, contrastando com a lentidão de propostas voltadas ao cidadão comum. Entre eles:
Isenção para jatinhos: aprovada em cerca de 172 dias;
Legalização dos cassinos: tramitação acelerada em apenas 14 dias;
Redução de impostos para iates: aprovada em dois meses;
Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil: projeto está parado há mais de 11 meses.
Os dados conferem. O PL 2.741/2023, que propõe isenção no imposto de renda para salários de até R$ 5 mil e compensação com taxação sobre grandes fortunas, ainda aguarda avanço na Câmara.
Quem vota contra o povo?
Renault aponta também o voto de deputados em projetos que, segundo ela, encarecem o custo de vida da população — como a manutenção de impostos sobre a cesta básica e o aumento na conta de luz.
Em 2023, por exemplo, foi rejeitada a PEC 110/2019, que previa a isenção de tributos sobre itens da cesta básica, sob a justificativa de impacto fiscal. Já a obrigatoriedade de contratação de certas fontes de energia, como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), pode encarecer as tarifas para o consumidor final — e foi aprovada por ampla maioria.
Sobre a jornada de trabalho, Renault critica o modelo 6×1, vigente em boa parte do mercado, e afirma que o Congresso barra tentativas de revisão. O PL 1.158/2023, que buscava mudanças nesse regime, segue travado, com forte oposição das bancadas empresariais.
Conclusão: crítica com base nos fatos
A maior parte das afirmações de Ana Paula Renault encontra respaldo em dados públicos, ainda que algumas tenham nuances e variações conforme a fonte. A crítica central — de que o Congresso brasileiro representa majoritariamente interesses das elites econômicas e que projetos de alívio à população mais pobre enfrentam entraves — é sustentada por relatórios e votações recentes.
O vídeo, marcado por indignação e apelo direto à sociedade, termina com um chamado à ação: que os eleitores passem a fiscalizar e cobrar mais seus representantes, escolhendo candidatos que verdadeiramente defendam os interesses populares.
“Abra o olho! Não se deixe enganar!”, alerta Renault.
Fontes: Urbsmagna
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