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Uma articulação montada nos bastidores do Congresso para reativar emendas orçamentárias antigas acabou barrada após intervenção do ministro Flávio Dino, frustrando parlamentares que esperavam aprovar a medida discretamente antes do recesso de fim de ano. A manobra envolvia a tentativa de ressuscitar verbas já aprovadas em exercícios anteriores, mas que nunca foram executadas — conhecidas informalmente como emendas zumbis.
A estratégia previa a reinclusão desses recursos no Orçamento, permitindo que valores esquecidos voltassem a circular sem uma nova análise detalhada. Técnicos alertaram que a iniciativa poderia comprometer a previsibilidade fiscal e criar despesas sem planejamento adequado, afetando o equilíbrio das contas públicas.
Ao impedir o avanço da proposta, Dino reforçou o entendimento de que o uso de emendas precisa obedecer a critérios de transparência, controle e responsabilidade. A decisão travou a articulação e causou irritação entre parlamentares que contavam com a aprovação silenciosa da medida, aproveitando o esvaziamento do debate político típico do período natalino.
No plenário, a reação foi dividida. Parte dos congressistas criticou a interferência, alegando que os recursos atenderiam demandas represadas de estados e municípios. Outros viram a decisão como um freio necessário a práticas que, embora recorrentes, acabam distorcendo o funcionamento do orçamento público.
O episódio expõe mais uma vez a disputa interna no Legislativo em torno das emendas parlamentares e seus limites. A tentativa frustrada de reviver verbas antigas reacende o debate sobre até que ponto mecanismos orçamentários podem ser usados sem comprometer a transparência e a credibilidade institucional do Congresso.
Com isso, a decisão de Dino não apenas barrou a manobra, como também deixou claro que o fim de ano não será terreno livre para atalhos orçamentários — ainda que isso tenha “estragado o Natal” de parte da classe política.
Fonte: Uol
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