Do plano A ao C: como Castro reorganiza estratégia sucessória no Rio

Cláudio Castro planeja supersecretaria para impulsionar sucessor no Rio

Do plano A ao C: como Castro reorganiza estratégia sucessória no Rio

Governador planeja nova estrutura administrativa como trampolim político para sucessor no Rio de Janeiro

A recente alta na popularidade do governador Cláudio Castro (PL) reacendeu uma velha preocupação dentro do governo fluminense: a sucessão estadual. Nos corredores do Palácio Guanabara, as conversas se intensificaram sobre estratégias para preparar um candidato competitivo que dê continuidade ao atual projeto político.

Uma das principais articulações em curso é a criação de uma "supersecretaria", que uniria diferentes pastas e incorporaria um braço da Segurança Pública. A ideia é estratégica: manter o atual secretário de Segurança no cargo, mas abrir espaço para um novo nome capaz de crescer em visibilidade e popularidade em um dos temas mais sensíveis ao eleitor fluminense.

Essa superestrutura administrativa serviria como trampolim para o sucessor de Castro, oferecendo um cargo técnico com peso político e vitrine garantida. A estratégia busca equilibrar a necessidade de fortalecer um candidato sem que este se torne uma ameaça prematura ao atual governador.

Do plano A ao plano C: evolução das estratégias

Inicialmente, o plano A de Castro era claro: apostar em Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), como seu sucessor natural. No entanto, essa operação não se concretizou conforme esperado, exigindo uma reorganização completa das estratégias políticas do governo.

O plano B considerava uma saída antecipada de Cláudio Castro do governo, permitindo uma eleição indireta para a escolha de um novo governador. Para viabilizar essa movimentação sem riscos políticos, Bacellar precisaria assumir uma posição no Tribunal de Contas do Estado (TCE) antes da operação, garantindo estabilidade institucional durante a transição.

Atualmente, o governo trabalha no plano C, considerado o mais provável pelos articuladores políticos. Nesse cenário, Castro permaneceria no cargo até o fim do mandato, mas criaria a supersecretaria com poder político e visibilidade suficiente para lançar seu sucessor e fazê-lo crescer até abril de 2026.

Supersecretaria como estratégia de poder

A criação da supersecretaria representa uma inovação administrativa com claros objetivos políticos. A nova estrutura concentraria diferentes áreas de governo, oferecendo ao futuro ocupante do cargo ampla exposição pública e oportunidades de demonstrar competência administrativa.

A incorporação de um braço da Segurança Pública à supersecretaria é especialmente estratégica. O tema segurança é prioridade absoluta para o eleitorado fluminense, e quem demonstrar eficiência nessa área ganha automaticamente credibilidade política. Castro compreende que seu sucessor precisa construir uma imagem sólida justamente nesse campo.

A manutenção do atual secretário de Segurança no cargo principal demonstra cuidado político de Castro. Evita-se assim o desgaste de uma troca que poderia ser interpretada como instabilidade administrativa, enquanto se cria espaço para o crescimento de uma nova liderança.

O desafio da escolha do sucessor

Castro, por enquanto, guarda seus preferidos a sete chaves, demonstrando sabedoria política. Em política, quem se lança cedo demais corre o risco de se queimar antes da hora, especialmente em um estado com dinâmica eleitoral complexa como o Rio de Janeiro.

O grande desafio do governador é encontrar alguém que some sem ameaçar. O sucessor ideal precisa ter estrutura política própria, tempo de televisão garantido e, principalmente, capacidade de construir popularidade. Contudo, não pode representar uma ameaça ao próprio Castro durante o restante do mandato.

Essa equação política é delicada e exige timing perfeito. O nome escolhido precisa ter tempo suficiente para se consolidar como alternativa viável, mas não tanto que possa ofuscar o atual governador ou criar tensões internas no governo.

Cenário político e oportunidades

A alta popularidade de Castro cria condições favoráveis para a operação sucessória. Um governador popular tem mais facilidade para transferir votos e credibilidade para seu escolhido, especialmente se conseguir associar o sucessor aos êxitos de sua administração.

A supersecretaria ofereceria ao futuro candidato múltiplas frentes de atuação, permitindo que demonstre competência em diferentes áreas do governo. Isso é crucial para construir um perfil de gestor completo, capaz de convencer eleitores de que pode assumir o comando do estado.

O foco na segurança pública é especialmente inteligente, considerando que este tem sido o principal trunfo político de Castro. Associar o sucessor a essa área permite transferir parte do capital político acumulado pelo governador em seu tema de maior sucesso.

Articulações nos bastidores

Nos bastidores do governo fluminense, as apostas seguem abertas sobre quem será o escolhido de Castro. Diferentes nomes circulam entre os articuladores políticos, cada um com vantagens e desvantagens específicas para o projeto sucessório.

A criação da supersecretaria permite que Castro teste diferentes perfis antes de fazer sua escolha definitiva. O governador pode observar como diferentes nomes se comportam em posições de destaque, avaliando capacidade de comunicação, articulação política e aceitação popular.

Esta estratégia também oferece flexibilidade tática ao governador. Dependendo da evolução do cenário político estadual e nacional, Castro pode ajustar sua escolha, priorizando o perfil que melhor se adapte às circunstâncias eleitorais de 2026.

Impactos na dinâmica política estadual

A articulação sucessória de Castro já provoca movimentações em todo o espectro político fluminense. Adversários observam atentamente os movimentos do governador, tentando antecipar estratégias e preparar contraofensivas para as eleições de 2026.

A supersecretaria pode se tornar um laboratório político onde diferentes projetos e lideranças serão testados. Isso oferece ao eleitorado fluminense a oportunidade de conhecer melhor os possíveis candidatos antes das eleições, contribuindo para um debate político mais qualificado.

Para Castro, o sucesso da operação sucessória consolidaria seu legado político no Rio de Janeiro. Conseguir eleger seu sucessor demonstraria capacidade de liderança e influência que transcende seu próprio mandato, projetando-o como uma das principais lideranças políticas do estado.

A estratégia da supersecretaria representa, portanto, uma jogada política sofisticada que busca equilibrar múltiplos interesses e objetivos. Nos próximos meses, será possível observar como essa articulação evolui e quem emergirá como o escolhido de Castro para dar continuidade ao seu projeto político no Rio de Janeiro.

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Por Jornal da República em 15/11/2025
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