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Tensão na Região Portuária: deputados são agredidos durante desocupação ordenada por Eduardo Paes
A manhã deste domingo (7) foi marcada por tensão e violência na Região Portuária do Rio de Janeiro, quando agentes da Guarda Municipal, sob ordem do prefeito Eduardo Paes (PSD), promoveram a desocupação forçada do edifício localizado na Avenida Venezuela, 153. A operação, que contou com apoio da Polícia Militar após autorização do governador Cláudio Castro (PL), resultou em confrontos que deixaram duas pessoas feridas e uma detida.
O episódio mais grave ocorreu quando um guarda municipal utilizou gás de pimenta contra os deputados Tarcísio Motta (PSOL-RJ) e Professor Josemar (PSOL-RJ), que estavam no local tentando mediar a situação. Os parlamentares foram atingidos durante a tentativa de impedir a remoção das mais de 30 famílias que ocupavam o prédio desde as primeiras horas da manhã. A ação gerou forte repercussão política e levantou questionamentos sobre o uso desproporcional da força contra representantes eleitos.
Segundo Tarcísio Motta, a operação foi marcada por graves violações aos direitos humanos e ilegalidades processuais. "Não havia ordem judicial para o despejo. As famílias ocuparam este prédio por volta das 5h da manhã, portanto, não se sustenta essa questão da ação imediata", declarou o deputado federal, classificando a ação como violenta e desproporcional. O parlamentar destacou ainda que o imóvel estava destinado pelo governo federal para fins habitacionais, contradizendo a versão apresentada pela prefeitura.
Eduardo Paes justificou a operação alegando que o prédio seria utilizado para o Centro Cultural Rio África, projeto voltado à diáspora africana no Brasil, localizado em frente ao Sítio Histórico do Cais do Valongo. O prefeito responsabilizou o PSOL e o Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) pela ocupação, classificando-a como "desordem" e prometendo que "aqui não passarão". Em suas redes sociais, Paes também criticou o governo federal, apesar de ser politicamente aliado, acusando-o de ser o "maior latifundiário urbano" da cidade e de não utilizar seus instrumentos para promover habitação popular.
O incidente expõe as tensões crescentes em torno da política habitacional no Rio de Janeiro e levanta questionamentos sobre os métodos utilizados pelas forças de segurança municipal. A agressão contra deputados em exercício de suas funções parlamentares representa um precedente grave que pode ter desdobramentos no âmbito judicial e político. Após o confronto, a equipe de Tarcísio Motta seguiu diretamente para a Cidade da Polícia, sinalizando possíveis medidas legais contra os responsáveis pela operação.
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