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Combater e prevenir a xenofobia, o trabalho escravo e o tráfico de pessoas. Esse é o objetivo da campanha “Trajetórias”, promovida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que realizará mostras itinerantes com o objetivo de promover uma reflexão crítica sobre os temas. Além disso, o projeto busca trabalhar com as secretarias municipais de Educação, Saúde e Assistência Social, oferecendo capacitação técnica para que os profissionais estejam preparados para lidar com situações relacionadas a essas temáticas no atendimento ao público. Após a estreia marcada para Cachoeiras de Macacu, no dia 24/06, a iniciativa seguirá para o município do Rio.
A ideia é envolver principalmente os jovens das escolas do Ensino Médio, onde crescem os casos de bullying e de intolerância. E ainda alertar para o aumento de casos de tráfico de pessoas por meio das redes sociais.
- Nossa proposta é levar essas questões não apenas para o público em geral, mas trabalhar com adolescentes, agentes de saúde e educadores, entendendo que a cada dia é mais urgente difundirmos essas informações, principalmente, em uma sociedade extremamente conectada com as redes sociais, que se por um lado informam, também ajudam a fomentar diferentes tipos de delitos e preconceitos – destacou a subsecretária de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos, Aline Forasteiro.
O trabalho acontece por meio de uma parceria entre as Coordenadorias de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo e de Políticas de Migração e Refúgio, da Subsecretaria de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos, e do Programa Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil, da Subsecretaria de Gestão do SUAS.
Em Cachoeiras de Macacu, o projeto será desenvolvido com apoio das secretarias de Assistência Social, Cultura, Saúde e Educação do município. A exposição ficará disponível para visitação até o dia 03 de julho, das 10h às 17h. Na sequência, a partir do dia 8 de julho, será a vez da capital do estado, que abrigará o trabalho no CEFET, no Maracanã, Zona Norte do Rio, até setembro.
Campanha desenvolvida envolve duas exposições distintas
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Walk Free estimam que há mais de 27,6 milhões de pessoas em situação de trabalho forçado globalmente, sendo os migrantes até três vezes mais propensos a esse tipo de exploração. Por essas razões, a mostra propõe uma reflexão crítica sobre racismo, xenofobia, escravidão contemporânea e as múltiplas vulnerabilidades enfrentadas por migrantes e refugiados no Brasil, ancorada no compromisso com a promoção dos direitos humanos e na construção de políticas que valorizem a escuta, a presença e o protagonismo das pessoas em mobilidade. E ainda, o entendimento que muitos fluminenses estão sendo também vítimas de tráfico de pessoas. Casos recentes mostram a necessidade de se continuar investindo no combate e na prevenção. Só no Estado do Rio, a média de resgatados por ano, de 1995 a 2024, é de 60 pessoas, somando 1.803 vítimas. Os dados são do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas.
A mostra “Trajetórias” engloba duas exposições distintas, “Ressignificar” e “Nós por Nós”. A primeira resultante do trabalho realizado no Projeto Desenhando Novas Histórias, da secretaria e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que apresenta as histórias de vítimas do tráfico de pessoas e do trabalho análogo à escravidão, relatadas por meio artes visuais e falas. O trabalho é fruto de um profundo trabalho de escuta grupal com direção psicanalítica, oferecido às vítimas acolhidas no projeto, como forma de superar traumas e dar novos significados para os crimes sofridos.
Já a exposição Nós por Nós, desenvolvida em parceria com o Projeto Ação Integrada, relembra o caso do jovem congolês, Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no Rio de Janeiro, e reúne fotografias da infância, juventude e vida cotidiana de Moïse, além da exibição de um mini documentário com depoimentos de amigos e familiares. Nesse conjunto, o que se oferece não é apenas uma homenagem póstuma, mas um gesto de reconstrução de uma história que chocou a sociedade, buscando que a conscientização evite a reprodução de casos como esse.
Juntas, as ações propõem uma jornada de escuta, memória e mobilização coletiva, estimulando o debate crítico e o fortalecimento do combate às violações de direitos que ainda marcam nossa sociedade.
Créditos fotos: Gil Soares / Sedsodh
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