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(Folhapress) – O governador Cláudio Castro (PL) sancionou nesta sexta-feira (9) uma lei que cria o programa Ônibus Seguro, voltado à segurança nos coletivos que circulam na região metropolitana do Rio de Janeiro. A decisão ocorre após uma escalada de violência no transporte público.
A medida prevê a contratação de policiais militares, civis, penais e guardas municipais em dias de folga, por meio do RAS (Regime Adicional de Serviço), para atuarem dentro dos ônibus, além de paradas e terminais.
A medida, publicada no Diário Oficial do estado, será viabilizada por meio de convênios entre o governo fluminense, prefeituras da Região Metropolitana e a Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio). De autoria do deputado Luiz Paulo (PSD), a proposta foi aprovada pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
O governo afirma que a atuação dos agentes será definida com base em dados de inteligência e nos índices de violência mapeados pelos órgãos de segurança pública.

Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Na última quarta (7), cerca de 30 passageiros foram assaltados em um coletivo que seguia de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ao centro do Rio. O crime, registrado em vídeo por uma das vítimas, mostrou passageiros deitados no chão, em pânico, enquanto dois homens armados levavam os pertences. Os suspeitos foram presos, e a polícia recuperou nove celulares.
Segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública) do estado, apenas nos três primeiros meses de 2025, a capital fluminense registrou 1.052 roubos a ônibus — aumento de quase 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Em todo o ano de 2024, foram 4.449 ocorrências.
Segurança nos ônibus
De acordo com o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas, além de assaltos, o que mais acontece hoje é o sequestro de ônibus por facções criminosas. Neste ano, ao menos 50 coletivos foram tomados e usados como barricadas.
Além dos passageiros, a violência também afeta os motoristas. De 2022 a 2024, cerca de 250 profissionais deixaram a função após episódios de crimes e agressões, segundo o Sindicato dos Rodoviários do Rio. Só em 2024, foram mais de 140 desligamentos.
Atualmente, 230 motoristas estão afastados por problemas psicológicos causados pelo medo. No interior e na Região dos Lagos, o número de rodoviários em acompanhamento permanente por traumas relacionados à violência urbana chega a 500, segundo o Sintronac (Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo). O sindicato afirma que 80% dos pedidos de demissão de abril de 2023 a novembro de 2024 foram motivados por episódios violentos.
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