Investimento de R$ 101 milhões cria primeira rede aquaviária da Zona Sudoeste carioca Sistema aquaviário com capacidade para 85 mil passageiros diários transformará Barra e Recreio

Prefeitura do Rio inaugura transporte aquaviário revolucionário na Zona Sudoeste

Sistema inovador promete transformar mobilidade urbana em Barra, Jacarepaguá e Recreio com oito linhas e capacidade para 85 mil passageiros diários

A Prefeitura do Rio de Janeiro deu um passo histórico na modernização do transporte público ao lançar, nesta quinta-feira (2), o primeiro sistema de transporte aquaviário da Zona Sudoeste. O projeto ambicioso abrange três dos bairros mais populosos da cidade: Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, prometendo revolucionar a mobilidade urbana em uma região que concentra 16% da população municipal.

A iniciativa surge como resposta direta aos crescentes problemas de trânsito que assolam vias estratégicas como a Avenida das Américas e a Avenida Ayrton Senna. Com investimento inicial de R$ 101 milhões apenas na primeira fase, o sistema representa uma alternativa sustentável e eficiente para os desafios de mobilidade que afetam milhares de cariocas diariamente. O consórcio Lagunar Marítima, vencedor da licitação, assumiu o compromisso de transformar as lagoas da região em verdadeiras vias expressas aquáticas.

Projeto ambicioso com capacidade para transformar a região

O novo sistema aquaviário foi projetado para atender uma demanda expressiva, com oito linhas que terão capacidade média de 85 mil passageiros por dia. A primeira linha deve entrar em operação em aproximadamente um ano, enquanto o projeto completo estará funcionando plenamente em três a quatro anos. Na primeira etapa, serão construídos cinco terminais e seis estações estrategicamente posicionadas para maximizar a cobertura territorial e a integração com outros modais de transporte.

O prefeito Eduardo Paes (PSD) destacou em suas redes sociais que o sistema adotará a mesma tarifa dos transportes municipais, fixada em R$ 4,70, garantindo acessibilidade financeira à população. "As lagoas da Barra da Tijuca agora vão virar vias expressas", declarou o prefeito, enfatizando que o projeto significa "mais mobilidade e qualidade de vida para todos que se deslocam pela região". A integração com o sistema de bilhetagem Jaé, já utilizado pela prefeitura, facilitará a transição dos usuários entre diferentes modais de transporte.

Sustentabilidade e integração como pilares fundamentais

A prefeitura justificou a implementação do transporte aquaviário como parte de uma estratégia mais ampla de reordenamento do sistema de transporte público na cidade. Segundo o órgão municipal, "a exploração sustentável desta modalidade de transporte em uma cidade que vem expandindo sua malha viária e metroviária reflete em melhoria na solução em transporte público existente disponível para a população exponencialmente crescente na região". Esta abordagem integrada considera tanto as expansões do BRT e BRS quanto a extensão do metrô até a Barra.

O aspecto ambiental também recebeu atenção especial no projeto, que promete reduzir significativamente as emissões de poluentes ao oferecer uma alternativa limpa ao transporte rodoviário. A utilização das lagoas naturais da região como corredores de transporte representa um aproveitamento inteligente dos recursos hídricos disponíveis, minimizando a necessidade de grandes intervenções na infraestrutura urbana existente.

Apoio político e proteção aos trabalhadores tradicionais

O vereador Carlo Caiado (PSD), presidente da Câmara do Rio e autor da lei que definiu os critérios para implantação do transporte lagunar, celebrou o avanço do projeto. "O novo sistema vai melhorar muito a mobilidade para os trabalhadores dentro da Zona Sudoeste, inclusive com a integração com outros meios de transporte", afirmou o parlamentar. Caiado destacou ainda um aspecto social importante: a proteção dos barqueiros que atuam há décadas na região.

O vereador garantiu que os trabalhadores tradicionais do transporte aquaviário não serão prejudicados pela implementação do novo sistema. "Pelo contrário, também vão estar integrados ao sistema. Nós lutamos para que isso estivesse bem definido no edital de licitação", explicou Caiado. Esta preocupação social demonstra o cuidado da administração municipal em equilibrar modernização com responsabilidade social, preservando empregos e tradições locais.

Superação de desafios anteriores e perspectivas futuras

O sucesso desta licitação representa uma vitória significativa após duas tentativas anteriores que resultaram em processos desertos, sem interessados. A persistência da prefeitura em buscar soluções para os problemas de mobilidade da região finalmente encontrou resposta no consórcio Lagunar Marítima, que demonstrou capacidade técnica e financeira para executar o projeto complexo. O contrato foi assinado em 17 de setembro, marcando o início oficial de uma nova era no transporte público carioca.

O projeto ainda passa pela fase de licenciamento ambiental, etapa crucial para garantir que todas as normas de proteção ao meio ambiente sejam rigorosamente cumpridas. Esta fase demonstra o compromisso da administração municipal com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, aspectos fundamentais para a aceitação e o sucesso de longo prazo do empreendimento. A expectativa é que o licenciamento seja concluído sem maiores obstáculos, permitindo o início das obras conforme o cronograma estabelecido.

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