Israel intensifica preparativos para receber reféns após dois anos de cativeiro em Gaza

Israel intensifica preparativos para receber reféns após dois anos de cativeiro em Gaza

 

Após mais de dois anos do início do conflito entre Israel e o Hamas, o governo israelense reforça as ações para receber os reféns mantidos em Gaza — tanto os que ainda estariam vivos quanto os corpos dos que não resistiram. A operação combina esforços diplomáticos, militares e humanitários, e é considerada uma das mais complexas desde o início da guerra.

Situação atual

Desde o ataque de outubro de 2023, que deu início à escalada do conflito, dezenas de pessoas permanecem sob poder do Hamas. Embora parte dos reféns tenha sido libertada em trocas anteriores, o número exato dos que continuam em Gaza ainda é incerto. As autoridades israelenses afirmam que o país não medirá esforços para recuperar todos — vivos ou mortos — e reiteram que a missão só será concluída quando cada um deles retornar.

Preparativos em andamento

Militar: o Exército israelense revisa planos de segurança para o retorno dos reféns, com unidades especiais mobilizadas para eventuais operações de resgate e proteção das áreas de fronteira.

Diplomático: Israel mantém negociações mediadas por países do Oriente Médio e aliados ocidentais, com o objetivo de estabelecer os termos de um cessar-fogo e garantir a liberação segura dos reféns.

Humanitário: paralelamente, o governo organiza a logística de acolhimento das vítimas e de suas famílias. Hospitais e centros de atendimento foram preparados para oferecer suporte médico e psicológico, além de áreas reservadas para reconhecimento e identificação de corpos.

Desafios

Um dos maiores impasses é a verificação das condições em que os reféns se encontram. As listas apresentadas pelo Hamas não trazem todas as informações necessárias, o que dificulta a confirmação sobre quem ainda está vivo.

A questão da segurança também preocupa. Qualquer tentativa de transferência ou liberação exige garantias de que não haverá ataques ou retaliações, já que qualquer incidente pode comprometer as negociações.

A falta de confiança entre as partes é outro obstáculo. Israel exige garantias firmes de cumprimento dos acordos, enquanto o Hamas cobra contrapartidas específicas, como a libertação de prisioneiros palestinos e cessar-fogo temporário.

O processo ainda envolve uma ampla coordenação internacional, com cronogramas para cessar-fogo, retirada de tropas e repatriação de corpos, o que torna o andamento lento e delicado.

Possíveis desdobramentos

Caso o acordo avance, a libertação poderá ocorrer em etapas, priorizando reféns em estado crítico ou em condições mais vulneráveis.

O governo israelense vê no eventual retorno dos reféns uma oportunidade de demonstrar força e eficiência em meio à pressão interna e internacional. Dependendo do desenrolar das negociações, também poderá haver trocas de prisioneiros e medidas de reconstrução em Gaza.

 

A mobilização israelense para trazer de volta os reféns do Hamas reflete não apenas uma ação militar, mas também um movimento diplomático e humanitário de grande escala. O resultado dependerá da habilidade de equilibrar segurança, confiança e cooperação internacional — fatores essenciais para encerrar um dos capítulos mais dolorosos do conflito.

Fonte: O Globo

Por Jornal da República em 11/10/2025
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